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Representantes dos cinco municípios atingidos pelo vazamento de lama com bauxita da mineradora Rio Pomba Cataguases se reuniram com a promotora Débora Vicente, do Ministério Público Estadual, para discutir a reparação dos danos e a cobrança de indenização à mineradora. A providência também está sendo adotada pela Cedae, que ingressou nesta segunda-feira com uma ação de perdas e danos na Justiça contra a mineradora para ser ressarcida dos gastos causados com o acidente. Na terça, uma nova reunião será realizada em Muriaé (MG), dessa vez incluindo representantes do MP de Minas e da Rio Pomba Cataguases.

Nesta segunda-feira, o presidente da Cedae, Wagner Victer, afirmou em entrevista à rádio CBN que o impacto ambiental do vazamento "é brutal" e defendeu a prisão dos donos da mineradora. Victer estimou que as perdas provocadas pelo rompimento da barreira para os municípios fluminenses são superiores a R$ 1 milhão.

O presidente da Cedae solicitará ainda ao Ministério Público que entre também com ação criminal, responsabilizando os controladores da mineradora pelo vazamento.

- O impacto é brutal. Transcende o momento da crise. Além da ação, os dirigentes têm que ser presos, até para se ter uma posição em relação ao meio ambiente. É o exemplo que queremos dar para que essas coisas não voltem a acontecer - afirmou o presidente da Cedae, em entrevista à CBN.

Segundo Victer, mais de 150 técnicos da Cedae estão trabalhando 24 horas por dia no estado e a empresa tem monitorado as condições da água a cada 30 minutos. Ele disse ainda que os consumidores que não estão sendo abastecidos não terão a tarifa de água cobrada referente ao período.

Nesta segunda-feira, os presidentes do Conselho Regional de Engenharia do Rio (Crea-RJ), Reynaldo Barros, e do Crea de Minas Gerais, Gilson Queiroz, criaram uma comissão para estudar as causas do rompimento da barragem da mineradora .Lama pode chegar ao mar

A mancha de lama com resíduos de bauxita desceu o Rio Muriaé e, na madrugada desta segunda-feira, desembocou no Rio Paraíba do Sul em Campos, no norte do estado. A lama pode chegar ao mar. Em outros quatro municípios do estado, são grandes os prejuízos, especialmente para o setor rural.

Campos é a quinta cidade do estado a ser atingida pela lama. Na noite de sábado chegou aos municípios de Italba e Cardoso Moreira. De acordo com o presidente da Cedae, Itaperuna continua com o abastecimento mantido, assim como Italva. São José do Ubá tem funcionado com um sistema alternativo de bombas. O único problema continua a ser Laje do Muriaé, atingida na quinta-feira pelos resíduos do vazamento.

- Mantivemos o máximo ligado, mas agora estamos abastecendo com carros-pipa. Enviamos um milhão de litros de água.

Os produtores rurais dos municípios atingidos calculam os prejuízos provocados pela lama. Uma resolução da Secretaria Estadual de Agricultura proíbe o uso da água dos rios Muriaé e Paraíba para irrigar plantações e tratar os animais. O levantamento das perdas do setor está sendo feito com a ajuda de técnicos da Emater e das prefeituras. O relatório deve ser entregue nesta terça-feira ao governo do estado.

Para o ambientalista Aristides Sofiatti, mesmo não sendo tóxica, a lama provocou danos para os rios atingidos.

- Essa lama muda a coloração dos rios, afeta os peixes e prejudica a fotossíntese. E atinge a população que não pode contar com a água - disse ambientalista.

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