O governo brasileiro tem a convicção de que "a criação de um estado palestino democrático e não segregador" é condição imprescindível para que haja paz no Oriente Médio, afirmou neste domingo (29) a presidente da República, Dilma Rousseff, em discurso na cerimônia do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A presidente destacou que o Brasil foi o primeiro país a apoiar a criação do estado israelense. Dilma reconheceu que há necessidade de proteção das populações civis locais, mas que isso não pode ser feito num clima de intolerância. "Nações dignas desse nome só se construíram com liberdade, democracia e igualdade."

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Em seu discurso, Dilma classificou o holocausto como um dos episódios mais violentos, trágicos e horripilantes da história da humanidade e elogiou a Confederação Israelita do Brasil (Conib) por ter escolhido Salvador, na Bahia, como palco do evento, devido à história de lutas da cidade, símbolo de comunidade "que rejeita a discriminação".

Segundo a presidente, a teoria de que parte da humanidade era melhor que a outra, defendida pelos nazistas, era a mesma que o Brasil enfrentou na época da escravatura. "Esse é o princípio de todas as guerras de genocídio". O Brasil, destacou a presidente, é fiador e signatário de todos os tratados internacionais sobre racismo e discriminação.

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Apesar de declarar o orgulho de o Brasil ser uma sociedade com "padrões de convivência harmoniosa", Dilma disse que não estava na cerimônia para fazer elogios ao País como exemplo de convivência, porque "somos uma sociedade imperfeita", que trilha o caminho da democracia, mas que ainda discrimina o diferente.

A presidente afirmou que sempre é um momento muito forte quando se olha as fotos dos sobreviventes dos campos de extermínio na Europa, não só pelas imagens dos corpos torturados, mas também pelos "olhares torturados", nos quais se percebe que a condição de ser humano foi questionada. "O holocausto, que alguns negam, servirá sempre de paradigma contra a intolerância."