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Negromonte, em frente a quadro de Tiradentes indo para a forca: ministro avaliou que não tinha mais condições de ficar | Wilson Dias/ABr
Negromonte, em frente a quadro de Tiradentes indo para a forca: ministro avaliou que não tinha mais condições de ficar| Foto: Wilson Dias/ABr

A agência de notícias O GLOBO teve acesso à carta de demissão do ministro das Cidades, Márcio Negromonte. No documento ele agradece à presidente Dilma Rousseff e diz que é um aliado de primeira hora, sempre fiel - em uma referência a seu apoio a candidatura de Dilma no primeiro núcleo PT.

Ele também comentou sobre os problemas políticos que tem enfrentado e a "batalha na mídia", mas reforça que não foi comprovado nada contra ele e por isso ele tem a confiança do partido e do governo.

Negromonte diz também que volta para Câmara e afirma que sempre a presidente poderá contar com ele em relação a projetos de desenvolvimento social do país. Ele reforça ainda que sempre se cumpriu os programas da pasta dentro do orçamento, em uma tentativa de rebater as críticas à sua gestão na pasta.

Com a saída de Negromonte, Dilma dá prosseguimento à reforma ministerial, que já teve a saída de Fernando Haddad do Ministério da Educação e de Alozio Merca­­dante da Ciência e Tecnologia. Mercadante apenas trocou de pasta e passou a dirigir a Educação. O Ministério da Ciência e Tecnologia agora é ocupado por Marco An­­tonio Raupp.

Substituto

O PP negociou a saída de Negro­­monte e teria acertado que a legenda continuará no comando do ministério. O nome mais provável para substituí-lo é o do líder do PP da Câmara, Aguinaldo Ribeiro, da Paraíba. O Planalto já teria levantado a ficha de Ribeiro para se certificar que não terá problemas com a indicação dele.

Aguinaldo Ribeiro responde a processo na Justiça Federal por improbidade administrativa. Mas um dos interlocutores do PP com o governo diz que tudo já foi avaliado pelo Planalto. A aposta do partido é de que não haverá impedimento.

O processo vem dos tempos em que Ribeiro era secretário de Agricultura da Paraíba, entre 1998 e 2002. À época, ele foi acusado de improbidade administrativa por ter comprado remédios e equipamentos médicos para o combate à febre aftosa sem licitação. Os a­­poiadores de Ribeiro argumentam que a própria Justiça já se manifestou favorável ao deputado no processo que analisou as compras, que teriam sido feitas em caráter emergencial, quando a licitação pode ser dispensada. O argumento em defesa dele é que Ribeiro já foi inclusive absolvido no pleno do Tribunal Regional Federal da 5.ª Região. Mas um recurso à decisão ainda tramita na Justiça.

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