O delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras que decidiu contar o que sabe sobre o esquema de corrupção na estatal em troca de redução da pena, autorizou o Ministério Público Federal e a Polícia Federal a fazerem um grampo no telefone celular e residencial que ele usa. Ele se disponibilizou também a plantar escutas ambientais caso fosse determinado pelos investigadores.
As medidas fizeram parte das condições da delação premiada firmada por Costa, no âmbito da Operação Lava-Jato. No termo do acordo celebrado, o ex-diretor se colocou disponível para “fazer captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos” depois de obter, em setembro, o direito de ficar em prisão domiciliar.
Além de se infiltrar em grupos considerados suspeitos, caso necessário, Costa foi autorizado a praticar determinadas ações ou omissões relacionadas aos crimes investigados, dentro de limites fixados pela Justiça, como forma de dar mais elementos à polícia para chegar aos demais envolvidos no esquema - prática de investigação chamada de ação controlada.
Em um dos depoimentos da delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento disse ser “uma grande falácia afirmar que existe doação de campanha no Brasil”. De acordo com Paulo Roberto, o que existe são “verdadeiros empréstimos a serem cobrados posteriormente a juros altos dos beneficiários das contribuições quando no exercício dos cargos”.
No mesmo depoimento, o delator afirma que “nenhum candidato no Brasil se elege apenas com caixa oficial de doações” e que os valores declarados políticos correspondem apenas a “um terço do montante efetivamente gasto, sendo o restante oriundo de recursos ilícitos ou não declarados”.
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