• Carregando...
Confira quem saiu e quem são os novos dez ministros |
Confira quem saiu e quem são os novos dez ministros| Foto:

De Londrina ao Planalto

Márcia assume sob elogio de Lula

A nova ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, assumiu ontem o cargo com elogios do presidente Lula. "Ela nunca deveria ter saído do ministério", disse. A londrinense foi secretária-executiva da pasta entre 2004 e 2007 e só deixou Brasília porque queria ficar mais próxima da família.

Márcia é assistente social há 30 anos e professora da UEL. É mestre em Políticas Sociais e especialista em temas ligados à criança e ao adolescente. Irmã do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, ela própria define a indicação para o cargo como parte técnica e parte política.

A nova ministra é filiada ao PT desde 1982, já foi vereadora em Londrina e secretária municipal e se preparava para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. Atualmente, é um dos nomes cotados no partido para disputar a prefeitura londrinense em 2012.

Apesar de ter sido nomeada para uma das pastas mais destacadas do governo, que comanda um orçamento anual de R$ 38,6 bilhões, ela diz que não faz planos para participar de um possível governo Dilma. "Meu trabalho será consolidar os atuais projetos do governo e ajudar na reta final do governo Lula."

  • Lula com os novos ministros e os antecessores: entre os elogios, destaque para Reinhold Stephanes

Brasília - A pré-candidata a presidente Dilma Rousseff escolheu usar um "até breve" para despedir-se do governo Lula. Ela e outros nove ministros deixaram ontem os cargos para disputar as eleições de outubro. Ao contrário dos que estão de saída, todos os substitutos foram escolhidos por critérios técnicos e não políticos.

A cerimônia teve um tom emotivo e envolveu dois paranaenses. Reinhold Stephanes (PMDB) foi substituído pelo advogado Wagner Rossi no Ministério da Agricultura. O peemedebista volta à Câmara dos Deputados e concorrerá à reeleição. A londrinense Márcia Lopes assumiu o Ministério do Desen­­­volvimento Social no lugar de Patrus Ananias, que tenta ser candidato ao governo de Minas Gerais pelo PT. Ela havia sido secretária-executiva da pasta entre 2004 e 2007. Volta a Brasília por uma indicação pessoal de Lula.

Entre todos os 20 relacionados com a mudança, apenas Dilma discursou. A ex-ministra da Casa Civil embargou a voz várias vezes ao ci­­­tar as realizações do governo e ao elogiar Lula. "Não somos aque­­les que estão dizendo adeus, somos aqueles que estão dizendo até breve."

A pré-candidata descreveu o presidente como o "mais autêntico líder popular do país" e afirmou que todos os que participaram da atual administração aprenderam com ele a ser mais otimistas e corajosos. Também aproveitou a oportunidade para provocar a oposição. "Em apenas sete anos e meio nosso governo mudou o país, mas os viúvos do Brasil que crescia pouco fingem não perceber essas mudanças."

Dilma foi substituída por Erenice Guerra, suspeita de envolvimento na elaboração de um dossiê sobre gastos do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2008. Outras funções dela no governo, como a gestão do Pro­­­grama de Aceleração do Cres­­­cimento e de outras iniciativas como o Minha Casa, Minha Vida, já estão sendo compartilhadas entre Miriam Belchior, subchefe da Casa Civil, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

O presidente fez comentários positivos sobre todos os ministros que estavam deixando o governo e prometeu manter o ritmo de trabalho na reta final do segundo mandato. "Montar uma equipe é a arte do sucesso de governar", definiu.

Ele elogiou particularmente a postura do paranaense Stephanes na negociação da dívida agrícola e na política de produção de fertilizantes. "O PMDB indicou um cara que parece que nasceu dentro do Ministério da Agricultura, que conhecia não apenas o trabalho, mas também as pessoas." Em resposta, Stephanes disse que nunca conheceu um presidente que tratasse tão bem os ministros, sem distinção partidária.

Lula, no entanto, dedicou atenção especial a Dilma. "Ela é parte integrante de tudo o que esses meninos (ministros) fizeram." O presidente também amenizou características que podem gerar antipatia à imagem da ex-ministra.

"A Dilma é como ela é. Se parece um pouco dura é porque usa isso como uma das estacas para se defender de um certo preconceito que ainda existe contra as mulheres." Também declarou que, apesar de ninguém ser insubstituível, a saída dela é um prejuízo para o país.

Fora do governo, Dilma deve enfrentar uma maratona de eventos organizados pela direção do PT até junho. A pré-campanha inclui encontros com militantes do partido e movimentos sociais. Por enquanto, o foco deve ser a Região Sudeste.

Ainda não há uma decisão sobre a presença da pré-candidata em eventos do governo federal. Para a Advocacia-Geral da União, não há problemas legais para ela participar de solenidades como convidada de Lula até junho. O temor dos petistas é enfrentar novos problemas com a Justiça Eleitoral, como as recentes multas contra a própria Dilma e Lula por propaganda extemporânea.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]