João Vaccari ganhou o apoio do ex-presidente Lula| Foto: Paulo Fonseca/Efe

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tentou desqualificar ontem os depoimentos do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco em delação premiada ao Ministério Público Federal que o acusam de ter recebido até cerca de US$ 200 milhões em propinas para o PT entre 2003 e 2013. "Ele está há dezesseis anos na Petrobras e só fala de mim e do PT", afirmou o tesoureiro no hotel onde estavam hospedados os dirigentes petistas que participaram da festa de aniversário de 35 anos da sigla, ontem, em Belo Horizonte.

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A manifestação do tesoureiro ocorre um dia depois de ele ser levado à sede da Polícia Federal em São Paulo para prestar depoimento na nona etapa da Operação Lava Jato. Vaccari é acusado de ter operado para o PT no esquema de pagamento de propinas da estatal petrolífera investigado na operação.

Segundo Barusco, o petista ficava com metade do 1% das propinas que eram pagas nos contratos da diretoria de Abastecimento da Petrobras, comandada por Renato Duque, que também está na mira da Lava Jato. Ele ainda mencionou que Vaccari ficava com parcelas das propinas cobradas em outras diretorias, como a de Gás e Energia, que chegou a ser controlada pela ex-presidente da estatal, Graça Foster. Segundo o ex-gerente, a soma de dinheiro desviado pelo petista em um total de 90 contratos ao longo de 10 anos chegou a US$ 200 milhões.

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Lula

O ex-presidente Lula, segundo relatos, defendeu o tesoureiro do partido e comparou as denúncias investigadas pela Lava Jato ao episódio do mensalão. Para o petista, há uma tentativa de "criminalizar" a legenda. "Na dúvida, eu fico com o companheiro", afirmou.