A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, recebeu a "bênção" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidata dele na disputa pelo Palácio do Planalto em 2010. Mas o presidente reconheceu que não será "fácil ganhar".
Em entrevista a cinco jornais italianos publicada ontem, Lula deu a largada na sucessão presidencial. "Eu, na verdade, tenho um nome na cabeça, o de Dilma, chefe da Casa Civil do governo. Ainda não falei com ela, mas creio que poderá ser uma boa candidata", disse, segundo o Corriere Della Sera. "Queria que o Brasil, depois de mim, fosse governado por uma mulher, e já existe a pessoa ideal: Dilma Rousseff", afirmou, no registro do La Repubblica.
O jornal Il Manifesto publicou outro trecho da declaração do presidente. "Creio que o PT deve construir uma base sólida para levar adiante o projeto que estamos implantando no Brasil", disse Lula.
"O partido vai discutir a sua candidatura e eu, já repeti mais de uma vez, direi que a minha ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tem potencial extraordinário para ser a candidata. Mas a coisa mais importante para nos é construir antes uma aliança entre diversas partes e um programa sólido. Se continuar a onda sobre a qual no movemos, o governo chegará à data das eleições em posição de força", afirmou Lula.
Diante da repercussão da entrevista de Lula aos jornais italianos, uma ministra sorridente apareceu na área residencial do Vaticano com o presidente e outros três ministros, para uma audiência com o Papa Bento 16.
Depois, numa entrevista para jornalistas brasileiros na sede da embaixada, o presidente tentou minimizar as declarações, mas acabou reforçando o que havia dito. "O que eu disse para eles (jornalistas italianos) eu digo para vocês (brasileiros): tenho de construir uma candidatura da base aliada e ligada ao governo", afirmou. "Quem conhece a ministra sabe que ela tem potencial e poderá ser escolhida pelos partidos da base e pelo PT."
Deixe sua opinião