Depois de transitar por diversos casos rumorosos que acabaram rendendo-lhe o apelido de "CPI do Fim do Mundo", como o envolvimento do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, a CPI dos Bingos volta suas atenções nesta quarta-feira para o assassinato do ex-prefeito de Campinas (SP) Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT.
Em sessão reservada, os parlamentares ouviram o depoimento do garçom Anderson Ângelo Gonçalves, o Jack, que afirma ter presenciado uma negociação com o objetivo de matar Toninho.
Segundo o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), disse a jornalistas, Jack afirma ter ouvido uma conversa numa casas de bingo em São Paulo na qual teria sido acertada a morte do petista. Na semana passada, ele ligou para a CPI colocando-se à disposição para contar aos parlamentares tudo o que diz ter escutado.
Sua presença na comissão, disse Efraim, foi mantida em sigilo para resguardar a integridade física do garçom. O requerimento de convocação de Jack só foi votado na manhã desta quarta-feira, pouco antes do início da sessão.
Toninho do PT foi morto com três disparos de arma de fogo em setembro de 2001. Os tiros foram efetuados, segundo as investigações da polícia, por um homem acusado de integrar uma quadrilha especializada em seqüestros que agia naquela região. A CPI investiga se houve conotação política no assassinato.
O relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), anunciou a jornalistas na véspera que já começa a delinear o relatório final dos trabalhos. O documento deverá ser apresentado ao plenário da CPI no dia 6 de junho.
Dentre os temas que serão tratados no documento está o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel. Garibaldi incluirá o tema no relatório tratando-o como crime com motivações políticas. Uma delas, um suposto desentendimento entre integrantes de esquemas de corrupção naquela prefeitura.
O relatório também deverá, segundo o relator, detalhar suspeitas que existem sobre pessoas de relacionamento próximo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dentre elas, o seu chefe de gabinete pessoal, Gilberto Carvalho; o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu, além do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, amigo de Lula.
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