Rodrigo Maia (à esq.) e Jovair Arantes| Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados/Montagem

A menos de 10 dias das eleições que definirão a nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, apenas dois candidatos atraíram apoios suficientes para entrar com chances reais na disputa: o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta a reeleição, e o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).

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Outros dois nomes que oficialmente se lançaram na corrida à presidência da Casa, Rogério Rosso (PSD-DF) e André Figueiredo (PDT-CE), não conseguiram angariar apoios cruciais até aqui e, mesmo que permaneçam na disputa, provavelmente chegarão sem força nas urnas.

Rosso foi um dos primeiros a dizer publicamente que estava de olho na principal cadeira da Casa. Ele já havia se candidatado para a mesma cadeira em julho do ano passado, quando, entre 13 nomes, foi o segundo mais votado – desempenho que o levava naturalmente para a próxima eleição, marcada para o próximo dia 2.

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Mas, desde a virada do ano, Rosso não viu sua candidatura decolar: na segunda-feira (23), sua própria legenda, o PSD, confirmou apoio oficial a Maia. Assim, entre os quatro candidatos, o parlamentar do Distrito Federal se torna o único na corrida sem o aval dos próprios correligionários. Rosso já admite desistir da candidatura, engrossando a campanha de Jovair.

Assim como Rosso, o candidato do PDT, André Figueiredo, também perdeu força desde o começo do ano. Único concorrente que não integra a base de Michel Temer, o parlamentar acreditava ter ao menos o apoio da bancada oposicionista, encabeçada pelo PT. No final da semana passada, contudo, a cúpula do Partido dos Trabalhadores autorizou a consolidação das costuras com os candidatos da base com chances reais de vitória, Maia e Jovair.

Entre os petistas, prevaleceu a corrente pragmática, na qual assegurar alguma cadeira na Mesa Diretora, formada por sete nomes, é mais importante do que marcar posição ideológica na disputa. No ano passado, tanto Maia quanto Jovair trabalharam pelo impeachment da então presidente da República Dilma Rousseff.

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Sem os votos da segunda maior bancada da Casa, a candidatura de André Figueiredo perde envergadura. Ainda assim, o pedetista dificilmente sairá da disputa, já que a ideia é oferecer uma alternativa à oposição. Mas, sem o apoio do PT, pode não chegar a 50 votos.

Maia versus Jovair

Na prática, restam apenas Maia e Jovair na disputa. Representante da “antiga oposição”, encabeçada pelo PSDB, Maia tem a simpatia do Planalto e já conquistou o maior número de apoiadores. Além de ter o respaldo da maior bancada da Casa, a do PMDB, Maia roubou legendas do antigo “Centrão”, grupo de Jovair. Além de PSD, PP e PR já indicaram apoio ao parlamentar do DEM.

Mas, apesar do favoritismo, Maia também enfrenta um obstáculo. Sua candidatura já foi questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), já que a regra geral veda a reeleição em uma mesma legislatura. Maia alega não se enquadrar na proibição: por ter assumido um mandato-tampão, a reeleição não é proibida. A palavra final, contudo, deve ser dada pelo STF. Em um eventual impedimento, Jovair certamente seria beneficiado.

O líder do PTB conta com o apoio apenas de parte do antigo Centrão, bloco que reunia mais de dez legendas, médias e pequenas, com características fisiológicas. Mas, Jovair aposta no fortalecimento da sua candidatura até fevereiro. Com um discurso de “independência” em relação ao Planalto, Jovair tem intensificado as conversas com oposicionistas a Michel Temer. Ele também aposta na possível desistência de Rosso para dar novo impulso à candidatura.