1 Crise Econômica: A situação econômica do país é o fator que ajuda a unir todos os outros fatores. Nos últimos anos, o país passa por um processo de desaceleração econômica e crescimento da inflação. Os reflexos dessa crise foram responsáveis por engatilhar os principais protestos contra o poder público até o momento.
2 Aumento do custo de vida: Mais inflação significa que fica cada vez mais difícil pagar as contas do mês. Como se isso não fosse suficiente, os governos federal, estadual e municipal aumentaram tributos, taxas e tarifas para compensar a crise. Esse cenário mobiliza as pessoas a saírem às ruas para questionar os governos por “pagar o pato” da crise econômica – a greve dos caminhoneiros é um exemplo.
3 Medidas de austeridade: Os impostos não são a única forma de desagradar a população. O governo federal colocou no seu “pacote de austeridade” medidas que restringem acesso ao seguro-desemprego. O estadual apresentou propostas que prejudicam a carreira de servidores, especialmente os professores. Isso colabora para piorar a imagem dos governos.
4 Irresponsabilidade administrativa: A população avalia que a crise econômica e a crise de caixa dos governos federal e estadual são fruto da própria incompetência dos governantes reeleitos – e foram escondidas durante a campanha. Um exemplo é o fato de que a arrecadação cresceu 56% em quatro anos no Paraná, e mesmo assim o governo não consegue arcar com suas obrigações. Outro exemplo são as dificuldades na gestão elétrica causadas pelo governo federal.
5 Estelionato eleitoral: Dilma Rousseff (PT) se elegeu dizendo que não mexeria em direitos dos trabalhadores, mas tomou medidas na direção oposta. Beto Richa (PSDB), por outro lado, disse que pôs “as finanças do estado em ordem” e começou seu governo tendo que admitir que as finanças não estavam em ordem. Assim, o eleitor se sente enganado e convidado a protestar.
6 Insensibilidade política: A falta de tato político tem jogado instituições no olho do furacão. Um exemplo foi o Tribunal de Contas (TC): no auge das manifestações dos professores, os conselheiros decidiram conceder a eles próprios o benefício do auxílio-moradia. Na reação à crise estadual, o governo optou por um “tratoraço” que acabou se provando desastroso para sua própria imagem.
7 Calotes: Sem dinheiro, governos tem deixado de pagar suas obrigações. Em Curitiba, entre janeiro e fevereiro, servidores municipais da saúde e motoristas e cobradores de ônibus entraram em greve por falta de pagamento de benefícios já adquiridos. Isso também foi um dos motivos para a greve dos professores.
8 Crise ética: A Operação Lava Jato expôs o grau de envolvimento de políticos e empresários com diretores da Petrobras. A dimensão dos desvios ocorridos na estatal e a quantidade de políticos envolvidos com o caso contribuiu para uma piora linear da imagem das instituições políticas no país, e serviu como combustível para que as pessoas questionassem o governo federal.
9 A era da informação: Com a internet, nunca circulou tanta informação no mundo. Somando isso ao amadurecimento da democracia, o poder público nunca foi tão transparente no Brasil. Assim, informações que teriam ficado em uma gaveta escondida no passado chegaram à população. E a população parece não estar gostando do que está ouvindo.
10 Instituições em crise: O grau de confiança da população nas instituições diminui a cada dia – e, pior, quem puxa a queda são justamente as instituições mais importantes da democracia, como os partidos, o Congresso e o sistema eleitoral. Por um lado, pode servir de incentivo para a mudança na classe política. Por outro, pode ser um convite ao pior: a própria democracia em risco.
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