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Meninas com idade entre 10 e 17 anos misturam-se a prostitutas veteranas na Rua do Cincão (ao lado), trecho mais famoso da Rua Padre Francisco João Azevedo, no chique Jardim Botânico, em Curitiba. O lugar é um antigo conhecido da polícia e das autoridades responsáveis pelos programas de proteção à infância e adolescência e faz parte te um mapeamento realizado pelo programa Sentinela, em setembro. O estudo identificou ainda a exploração sexual – tida como a forma mais perversa de trabalho – também em outros pontos centrais de Curitiba, como a Rua 24 Horas e a rua Riachuelo.

"Essas crianças estão perdendo sua infância, e o país, sua riqueza mais importante", diz a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier. Para o Unicef, o país tem todas as ferramentas de que precisa para contornar o problema. O governo desenvolve o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), que combina o pagamento de bolsa para as famílias com ações complementares à escola, e já retirou mais de 900 mil crianças do trabalho. As empresas reconhecem que o trabalho infantil precisa ser combatido. "Há ainda o desafio de se universalizar os programas eficientes, como o Peti, que atinge somente 30% das crianças que trabalham", diz Marie-Pierre. "Há também uma cultura arraigada no país de que o trabalho para as crianças pobres seria educativo, o que é um grande equívoco", lembra. (MK)

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