Senadores paranaenses querem Renan cassado
Se depender dos três senadores paranaenses, Renan Calheiros (PMDB-AL) será cassado. Nenhum deles, porém, arrisca um resultado para a votação. O trio reflete a ansiedade dos demais colegas e se posiciona contra a realização do pleito em sessão secreta.
Apenas Osmar Dias (PDT) evita declarar abertamente o voto. Já Alvaro Dias (PSDB) segue as ordens da executiva nacional do partido, que decidiu ontem fechar questão contra o presidente do Senado. "Esperamos que todos os nossos 12 senadores sigam essa definição", declarou o tucano. Leia matéria completa
Presidência do Senado em troca da absolvição
Os deputados paranaenses Barbosa Neto (PDT), Osmar Serraglio (PMDB), e os senadores Alvaro Dias (PSDB) e Osmar Dias (PDT) acreditam na absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Leia matéria completa
Após a confusão que marcou o início da sessão secreta que define o destino político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), líderes partidários começaram a se manifestar no plenário. De acordo com o relato de parlamentares que deixaram momentaneamente a sessão, entre eles os13 deputados que conseguiram no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de acompanhar a votação, até agora a maioria dos pronunciamentos foram favoráveis à preservação do mandato de Renan. A Mesa do Senado, que havia recorrido contra a presença dos deputados, foi derrotada no STF por seis votos a quatro.
Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), Renan passa toda a sessão sentado no lado esquerdo do plenário, bastante quieto e sem conversar com parlamentares, que evitam se aproximar dele.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) foi um dos que defenderam abertamente a absolvição de Renan. Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), comunicou que 12 dos 13 senadores do partido votariam pela cassação. Virgílio disse que apenas o senador João Tenório, que é de Alagoas e assumiu a cadeira na condição de suplente do governador Teotonio Vilela, aliado de Renan Calheiros, está liberado de mudar seu voto.
- A absolvição do senador Renan Calheiros seria uma hecatombe política contra o Senado - disse Virgílio.
A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), encerrou seu pronunciamento comunicando que liberou a bancada. Em grande parte de seu tempo, ela falou sobre a dificuldade e o constrangimento de julgar um colega do Senado.
- Não fui programada para ser juiz - afirmou Ideli Salvatti, de acordo com um deputado, que foi autorizado por liminar obtida no STF a assistir à sessão.
O líder do DEM, senador José Agripino (RN), fez uma reconstituição dos fatos e afirmou que Renan já tinha sido julgado pela opinião pública e pelo próprio Senado, referindo-se à decisão do Conselho de Ética, que por 11 votos contra quatro, votou pela cassação do mandato.
Há uma clara definição das ruas e do Senado. O Conselho de Ética já decidiu por 11 votos a quatro. Não foi por nove a seis nem por oito a sete, mas por 11 a quatro. O que está em julgamento hoje aqui é o Senado - afirmou José Agripino, conforme um deputado presente à sessão secreta.
- O vice-presidente do PSDB, senador Sergio Guerra (PE), fez um paralelo entre a julgamento de Renan com a decisão do STF sobre o inquérito do mensalão. De acordo com relato de um deputado, Guerra disse que o Senado, a exemplo do STF, deveria sintonizar-se com a população do país.
- O STF tomou uma decisão, mostrando que a instituição foi capaz de corresponder aos anseios brasileiros. O Brasil espera uma atitude nossa. O Brasil não pode ser desrespeitado - disse Sérgio Guerra.
O ex-presidente do Conselho de Ética Sibá Machado (PT-AC) também falou, dando destaque a sua isenção à frente do conselho quando esteve na presidência.
Os relatores do processo no Conselho de Ética também se manifestaram. Os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) apresentaram seus argumentos e o que consideram provas de que houve quebra de docoro. O senador Almeida Lima (PMDB-SE) manteve seu ponto de vista de que não há provas para cassar o mandato de Renan Calheiros e fez uma advertência aos demais senadores.
- A cassação do presidente do Senado abre as portas para a cassação de mais dois ou três senadores. Há uma campanha da 'mídia contra o Senado - afirmou Almeida Lima, de acordo com relato de um deputado.
Dornelles, que defendeu a absolvição de Renan, alegou que não há provas de que o presidente do Senado não arcava com recursos próprios o pagamento da pensão alimentícia para a filha que tem copm a jornalista Monica Veloso.
- Entre as manifestações populares que pedem a cassação do presidente do Senado e a ordem jurídica, fico com a ordem jurídica - disse Francisco Dornelles, de acordo com esse deputado.
Paulo Pereira disse após acompanhar parte da sessão secreta que percebeu um "clima de absolvição" no plenário do Senado.
- A sensação que tenho é que ele vai acabar se salvando, se safando - disse Paulinho.
A entradas dos deputados na sessão causou tumulto. Bastante irritado, Raul Jungmann ( PPS-PE) criticou a atitude dos seguranças e pediu respeito à Câmara e ao Supremo. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), cobrou investigação severa sobre o episódio.
Justiça do Trabalho desafia STF e manda aplicativos contratarem trabalhadores
Parlamento da Coreia do Sul tem tumulto após votação contra lei marcial decretada pelo presidente
Correios adotam “medidas urgentes” para evitar “insolvência” após prejuízo recorde
Milei divulga ranking que mostra peso argentino como “melhor moeda do mundo” e real como a pior
Deixe sua opinião