O programa do PFL que vai ao ar hoje em rede nacional é um petardo com um único alvo: Lula. Toda a peça foi costurada para mostrar as relações, descritas como íntimas e pessoais, entre o presidente, os denunciados no escândalo do mensalão e um novo personagem: o petista Bruno Maranhão, incluído na última hora depois da invasão do MLST à Câmara. Estão lá imagens de Lula chamando o ex-tesoureiro petista de "nosso Delúbio", Palocci de "mais que irmão" e fotos do presidente ao lado de outros da "quadrilha dos 40", denunciada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando. O PFL aponta, ainda, uma antiga sociedade entre Lula e Paulo Okamotto, que diz ter pago dívida do presidente com o PT.
Compacto O programa pefelista terá 11 minutos, e não os 20 habituais. O partido perdeu o restante por decisão da Justiça Eleitoral. No fim, os produtores gostaram do formato mais curto: acham que, em tempos de Copa, pode agradar ao telespectador.
Platéia A pesada propaganda do PFL foi exibida ontem na reunião do conselho político de Geraldo Alckmin. O coordenador da campanha, Sérgio Guerra, vibrou. O presidenciável não comentou.
Com recibo A direção do PT promete barrar na convenção que confirmará a candidatura Lula, no dia 24, parlamentares, assessores e integrantes do partido com cargos de confiança no governo que não estiverem em dia com a contribuição à legenda.
Conta paralela Um dirigente do PMDB oposicionista questiona a promessa governista de levar 80% do partido a Lula. Nas contas desse grupo, em 13 estados não há jogo para apoiar o presidente.
Gato por lebre Os estados onde o PMDB não fecha com o presidente, afirma o oposicionista, têm 70% do eleitorado do país. "Mais uma vez governistas vendem mercadoria que não conseguirão entregar", diz o cacique.
Nem aí No dia da instalação da CPI dos Sanguessugas, duas deputadas investigadas aproveitavam "agenda positiva". Elaine Costa participava da visita de Lula ao Rio, e Edna Macedo era condecorada pela Câmara de Piquete (SP).
De mentirinha Um dos pontas-de-lança da CPI dos Correios afirma que 60 dias não são suficientes para ouvir depoimentos e quebrar sigilos. "Essa CPI dos Sanguessugas é de faz-de-conta."Fila do SUS A hipótese de José Serra disputar o governo paulista com chapa pura, caso fracasse a tentativa de entendimento com o PMDB, causa rebuliço no PSDB. A toda hora surge um novo tucano se oferecendo para ser vice.
Semifinal Apesar do assanhamento no ninho, os tucanos cotados, por ora, são apenas quatro: o ex-ministro Paulo Renato e os deputados Alberto Goldman, Mendes Thame e Arnaldo Madeira.
Chapa verde E já que todo mundo quer emplacar o vice de Serra, o aliado PPS também colocou um nome na mesa: Luiz Gonzaga Belluzzo, que partilha com o candidato a crítica à política econômica e o amor pelo Palmeiras.
No mercado Orestes Quércia procurou Campos Machado para oferecer ao PTB, quase fechado com Serra, o posto de vice, se o PMDB lançar mesmo candidato.
Peixe Vanderlei Luxemburgo convidou Aloízio Mercadante para uma visita à Vila Belmiro na campanha. Torcedor do time do litoral, o candidato do PT costuma dizer que, "para ser governador de São Paulo, tem de ser santista", assim como Covas e Alckmin.
Carreira solo Carlos Apolinário (PDT) nega que vá bater preferencialmente nos tucanos ou poupar Aloízio Mercadante (PT) em sua campanha ao governo de São Paulo.
TIROTEIO
* Do deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), ironizando a justificativa recorrente de tucanos e pefelistas para o fraco desempenho de seu presidenciável nas pesquisas de opinião:
O problema do Geraldo Alckmin não está no fato de ele ser pouco conhecido, e sim no seu dom de passar despercebido.