A campanha eleitoral à prefeitura de Curitiba esquentou ontem na tevê e no rádio, com ataques à atual administração de Beto Richa (PSDB), que tenta a reeleição. Diferentemente do tom ameno das últimas semanas, o horário eleitoral parece que pode seguir para uma disputa por sucessivos direitos de resposta.
Enquanto a oposição promete "esquentar" o programa eleitoral gratuito, Richa já acionou o seu departamento jurídico, por entender que está sendo vítima de ataques pessoais.
O confronto parece encabeçado por Carlos Moreira Júnior (PMDB), que no primeiro trecho de seu programa eleitoral de ontem acusou Richa de fazer propaganda em benefício próprio, utilizando-se de dinheiro público.
Os advogados da campanha do tucano entraram com uma representação no Tribuna Regional Eleitoral (TRE) contra a campanha do peemedebista, porque consideraram que o trecho citado acima não estava identificado como sendo de Moreira. Na propaganda havia apenas menção ao nome do partido (PMDB) e não ao do candidato.
Para o coordenador jurídico da campanha de Richa, Ivan Bonilha, Moreira desrespeitou a lei eleitoral. "Foram veiculados ataques pessoais e não críticas à gestão. E isso não é permitido", afirmou.
O PSDB conseguiu uma liminar para que o trecho deixasse de ser exibido, mas o PMDB recorreu e pode exibi-lo até que haja uma decisão definitiva do TRE.
Irregular
Caso seja julgado como irregular, Moreira terá que ceder o mesmo tempo do trecho exibido ao adversário, para direito de resposta. "Quando alguém decide usar o seu tempo para veicular ataques pessoais, precisa calcular os riscos", alfinetou Bonilha.
Carlos Moreira afirmou que o seu programa eleitoral apenas está levando ao conhecimento da população uma decisão do próprio TRE. "Os eleitores devem saber da decisão judicial que condenou o candidato à reeleição. Apresentamos o texto e o número do processo, inclusive com a logomarca do TRE. Não há nada de irregular nisso", argumentou Moreira.
Mais críticas
Os concorrentes Gleisi Hoffmann (PT) e Fabio Camargo (PTB) prometem seguir a mesma tática de Moreira, e devem partir para as críticas ao governo do PSDB. Na propaganda eleitoral veiculada ontem, Gleisi enfatizou a falta de vagas nas creches e de segurança e os gastos com propaganda temas que também foram mencionadas por Moreira. Enquanto que Fabio Camargo comentou que com o orçamento da cidade (R$ 3,5 bilhões) poderia ser feito muito mais, em comparação ao que foi realizado nos últimos quatro anos. Camargo criticou a possibilidade do segundo mandato de Richa.
Os partidos menores PV, PCdoB, PSol e PTdoB -, utilizaram o pouco tempo que possuem para a apresentação de propostas. Alguns fizeram críticas brandas, como Bruno Meirinho (PSol). Ele destacou as "duas Curitibas", que teriam surgido com o modelo administrativo excludente da década de 1970 e que perdurariam até hoje.
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