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O analista do TCU Cyonil Borges, que delatou o esquema criminoso investigado pela operação Porto Seguro, afirmou que Paulo Vieira disse a ele que o dinheiro de propina (R$ 300 mil) seria pago pelo ex-ministro José Dirceu. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta terça-feira (27), ele declarou: "Uma hora ele (Vieira) falava que o dinheiro vinha da empresa (Tecondi). Outra hora falava que era interesse do Dirceu, esse dinheiro adviria de José Dirceu."

O ex-ministro, em nota, afirmou que "não tem relação pessoal nem profissional com Vieira, nem com Cyonil". Segundo Dirceu, se Vieira usou seu nome em conversas com terceiros "o fez de maneira indevida". Ele disse que "não tem nenhum interesse nas atividades da Tecondi" e que se sente "caluniado".

Remoção

A Justiça Federal determinou a remoção de Paulo Vieira do Presídio da Papuda, em Brasília, para São Paulo, onde ele deverá ficar em sala de Estado Maior, provavelmente no quartel do Regimento de Polícia Montada da PM 9 de Julho, na Luz. Vieira é advogado, o que lhe confere o direito a sala especial, sem grades, até eventual condenação com trânsito em julgado. A decisão judicial acolheu pedido do criminalista Pierpaolo Bottini, que defende Vieira.

A Justiça indeferiu pedido de revogação da prisão de Rubens Vieira, irmão de Paulo. O advogado Fauzi Achôa estuda ingressar com habeas corpus.

Procurador no Amapá pediu emprego a ex-diretor da ANA

A "central de empregos" operada em paralelo ao tráfico de pareceres técnicos pela quadrilha investigada na Operação Porto Seguro da Polícia Federal ficou conhecida por muito mais gente do que apenas a família da ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha - que empregou a filha na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o marido na Infraero.

O procurador da Fazenda Nacional no Amapá, Evandro Gama, também recorreu a Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas tido pela PF como chefe da organização criminosa. Em e-mail enviado no dia 26 de agosto de 2011, ele listou cargos que desejava ocupar. Segundo Gama disse ao Estado, porém, não se tratava de "nada demais, apenas um envio de currículo". Mais três pessoas receberam o mesmo e-mail.

Gama, que já foi assessor da subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência, de 2004 a 2005, e ministro substituto da Advocacia-Geral da União (AGU), entre 2007 e 2009, disse ter conhecido Vieira em sua passagem por Brasília. "Sabia que ele tinha ligação com o PT em nível nacional, mas mandei também para outras pessoas do partido. Sou filiado ao PT." Gama negou, porém contato com outros envolvidos na operação da PF . "Estava tentando retornar a Brasília e listei cargos conforme a minha formação e mandei para meus conhecidos, como as pessoas fazem nesses casos."

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