• Carregando...

O namorado da mulher acusada de jogar a filha, em um saco plástico, na Lagoa da Pampulha se apresentou à polícia, na noite desta quinta-feira, e diz que fica com a criança, se o exame de DNA comprovar que ele é o pai. Durante duas horas, a polícia ouviu o advogado, de 57 anos, que se apresentou espontaneamente e declarou que não sabia da gravidez da companheira.

- E não só eu, como ninguém. Nem a família dela, nem o pai, nem a mãe, nem a minha empregada... Ninguém sabe, ninguém sabia - conta.

E completou:

- Agora eu quero saber se eu sou pai ou não. E, se for, pretendo até pedir a guarda desta criança.

Simone Cassiana Silva, de 29 anos, foi detida no domingo, quando se preparava para fugir com outras duas crianças, uma delas também sua filha. Na delegacia, em conversa com jornalistas, Simone negou o crime e disse que toma remédios para depressão, mas demonstrou desprezo pela criança:

- Não tenho nada com isso. Não fui eu que joguei essa criança na água. Vocês vão achar que fui eu quem jogou essa droga dessa menina na água. E eu queria estar aqui junto com a pessoa que jogou para declarar isso para vocês - disse Simone, que deve aguardar o andamento do inquérito na cadeia.

O bebê passou por vários exames e já foi liberado pelos médicos. A menina saiu do hospital direto para um abrigo de menores, onde vai ficar por pelo menos 30 dias. O promotor da Infância e da Adolescência de Belo Horizonte, Lucas Rolla, disse que a mãe não perde os direitos sobre a criança, mas dificilmente um juiz devolverá a guarda a ela. Simone teria que provar que foi um ato impensado, que estaria arrependida e em condições psicológicas de assumir a criação da filha, o que hoje é improvável. Segundo o promotor, a mãe deverá ser indiciada criminalmente e o bebê poderá ser entregue para adoção definitiva.

O Juizado da Infância de Belo Horizonte determinou que seja realizado, no prazo de um mês, um estudo psicossocial da família biológica. Até a conclusão do estudo, o bebê vai permanecer no abrigo municipal. Mais de 300 pessoas manifestaram ao juizado o desejo de adotá-la. Mas, segundo o promotor, a guarda deve ser destinada a casais que já constam de uma lista do juizado.

O delegado que cuida do caso acredita que a mãe premeditou o crime, porque a criança foi jogada na Lagoa da Pampulha uma hora depois de ela sair com a criança do hospital. Simone responde a um processo por tentativa de homicídio.

Como ela alegou que está sofrendo de depressão pós-parto, a acusação pode mudar para tentativa de infanticídio - quando a mãe, perturbada psicologicamente por causa do parto, tenta matar um filho. Neste caso, a pena dela seria menor. Quem comete homicídio simples pode pegar de 6 a 20 anos de prisão. No caso de infanticídio, a pena é menor: de 2 a 6 anos de cadeia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]