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“Eu não sei o que o José Serra quer dizer com isso. Se ele tiver alguma coisa para falar, que o faça.”
Osmar Dias, candidato do PDT ao governo estadual | Ivan Amorin/ Gazeta do Povo
“Eu não sei o que o José Serra quer dizer com isso. Se ele tiver alguma coisa para falar, que o faça.” Osmar Dias, candidato do PDT ao governo estadual| Foto: Ivan Amorin/ Gazeta do Povo

Tucanos

Richa visita 10 cidades da RMC

Da Redação

O candidato do PSDB ao governo do estado, Beto Richa, fez campanha ontem em 10 cidades da região metropolintana de Curitiba. No giro, Richa foi acompanhado pelos candidatos ao Senado, os deputados federais Ricardo Barros (PP) e Gustavo Fruet (PSDB). "Estamos fazendo esta caminhada por todo o Paraná para construir um amplo projeto de desenvolvimento para o estado", afirmou Richa. O roteiro tucano começou em Porto Amazonas e passou por Balsa Nova, Contenda, Quitandinha, Campo do Tenente, Piên, Tijucas do Sul, Agudos do Sul, Mandirituba e Fazenda Rio Grande.

O candidato ao governo do Paraná Osmar Dias (PDT) respondeu ontem em Maringá, no Noroeste do Estado, às insinuações feitas no dia anterior por José Serra, candidato do PSDB à Presidência. O tucano disse, em visita a Curitiba, que haveria revelações a serem feitas sobre o fracasso da aliança entre PSDB e PDT no estado."Não há nada para ser revelado", disse Osmar. O senador afirmou desconhecer o sentido da declaração do tucano. "Eu não sei o que o José Serra quer dizer com isso. Se ele tiver alguma coisa para falar, que o faça."Osmar afirmou que "sempre foi muito claro" nas negociações com o PSDB e que o acordo, que esteve próximo de se concretizar e previa a candidatura dele à reeleição ao Senado, era inviável. "Meu partido está na base de apoio do governo Lula e proibia essa aliança", argumentou.

Sobre as tratativas que foram feitas para viabilizar o acordo, Osmar falou que não pode "ser condenado por conversar". "Todos os partidos conversaram com todos os partidos."

A aliança previa que Osmar disputasse o Senado alinhando-se à chapa de Beto Richa, candidato do PSDB ao governo estadual. Com isso, a petista Dilma Rousseff, rival de José Serra na corrida ao Planalto, ficaria sem um palanque forte no estado.

O acordo também avalizaria a indicação do senador Alvaro Dias (PSDB), irmão de Osmar, ao posto de vice-presidente na chapa de Serra. Como a aliança fracassou, Osmar lançou candidatura própria ao governo do Paraná,. Já Alvaro foi preterido na chapa de Serra, que escolheu o deputado federal Índio da Costa (DEM) para o cargo de vice.

Ausência de Requião

Osmar Dias tentou minimizar a ausência do ex-governador Rober­­to Requião (PMDB), candidato ao Senado em sua chapa, da comitiva que o acompanham no giro pelo interior neste início de campanha.

O senador justificou a ausência do ex-governador alegando que se trata de um problema de agenda. "O Requião tem uma agenda própria". Ele reafirmou que não há nenhuma rusga entre os dois, que em 2006 disputaram o governo estadual, em uma campanha marcada por troca de agressões verbais.

Osmar tentou ainda aproximar sua trajetória política à de Requião para justificar a aliança firmada entre eles. "Nós percorremos muitos caminhos juntos até disputarmos as eleições em 2006, na qual o projeto dele foi vencedor".

Nos últimos dois dias, Osmar esteve em Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Paranaaí e Umuarama sem a presença de Requião.

Nas visitas ao interior, Osmar esteve acompanhado do candidato à vice, Rocha Loures (PMDB), e da candidata ao Senado na chapa, Gleisi Hoffmann (PT), além de candidatos a deputado.

Cobrança pelo telefone

Mesmo distante Requião teria telefonado para cobrar algumas declarações feitas por Osmar. Em dois momentos do discurso, o próprio senador contou que Requião não gostou de críticas feitas ao seu governo, nas áreas da educação e da segurança. Osmar teria minimizado a polêmica com o aliado, dizendo que não falou mal, mas que se propôs a melhorar o trabalho feito. Mas ao mesmo tempo, Osmar disse novamente que o efetivo policial é muito pe­­­­queno e que em quatro anos o Paraná terá 22 mil policiais nas ruas. "Temos que lembrar que a Po­­­lícia Civil está muito defasada e precisamos melhorar esse quadro".

Sem citar nomes, Osmar Dias também reconheceu que fez um compromisso com o prefeito (Beto Richa) de Curitiba na eleição para prefeito em 2008 e que deveria valer até 2012. Segundo ele, esse compromisso incluía os quatro anos de mandato do prefeito. "Quando ele anunciou a saída da prefeitura para ser candidato a governador, considerei o compromisso interrompido". Este teria sido, segundo Osmar, o momento que ele teria se sentido livre para lançar o nome como candidato a governador. O pedetista estará hoje em Cascavel e Foz do Iguaçu.

Colaborou Osmar Nunes, correspondente em Umuarama.

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