A candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) reafirmou hoje que não há nenhum dossiê que teria como alvo o candidato José Serra (PSDB), e classificou a acusação como "falsidade" e "ignomínia". Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Dilma afirmou que a campanha dela não fez nenhum documento a respeito de outros candidatos e se negou a dar mais declarações sobre o assunto. "Acho que é melhor a gente discutir programas, projetos e apresentar propostas do que ficar usando certos expedientes para tentar alguma vantagem."
Ela se recusou também a comentar um suposto encontro que o jornalista Luiz Lanzetta, ex-integrante da campanha, teve com um ex-araponga, em 21 de abril. "Eu não vou me manifestar a respeito de outras pessoas que não estão na minha campanha, que eram de empresas contratadas. Todas as campanhas contratam empresas de comunicação, eu não me responsabilizo pelo que faz um diretor de uma empresa de comunicação."
Dilma defendeu a reforma tributária, com uma reordenação da tributação. A candidata do PT a presidente criticou a sobreposição de impostos em algumas atividades econômicas, como a de energia elétrica. De acordo com Dilma, não pode haver uma taxação pesada sobre a energia. Alguns estudos, disse, demonstram que parte expressiva das receitas estaduais advém de eletricidade, combustíveis e telefonia. "Esse trio responde pela maior parte das receitas", declarou. Segundo a candidata do PT, a reordenação deve ser feita por uma questão de competitividade do Brasil. "Temos de reconhecer que o sistema tributário brasileiro é um caos, até para termos empenho de mudá-lo."
Dilma pregou a simplificação dos impostos, com uma distribuição melhor e mais balanceada entre os três entres federativos. A candidata pretende ainda, se eleita, "acabar, definitivamente, com a tributação sobre investimento". "O governo Lula deu um passo muito grande nessa direção, mas ainda é necessário que se complete esse passo." Dilma condenou também a guerra fiscal entre os governos dos Estados. "O Estado que diminui tributo ganha, mas o Brasil inteiro perde."
A candidata admitiu ainda que não se pode continuar tributando "de forma tão pesada" a folha de salários. "Tem de ser reduzida a tributação, mas, para não quebrar a Previdência, a União vai ter de compensar", prosseguiu, sem dizer como seria essa compensação. "Esse arranjo da reforma tributária deverá ser amplamente discutido entre a sociedade, empresários e entes federados. No passado, a resistência foi muito grande porque alguns estados não queriam perder a arrecadação. Mas, quando o Brasil cresce, é mais fácil fazer a reforma tributária e distribuir esse reordenamento tributário, diminuindo o imposto e ampliando a base de arrecadação", esclareceu.
Campanha
Dilma falou ainda sobre a campanha presidencial. "Acho que nenhuma campanha é fácil. A gente só ganha eleição mesmo no dia 3 de outubro, quando o último voto for colocado na urna. Até lá, tem de trabalhar muito." A candidata petista destacou o contato com o eleitor, que, conforme ela, é muito "caloroso".
Para Dilma, o país tem um povo muito simpático e afetivo. "Eu sinto uma amorosidade muito grande do povo e acho que uma parte disso se deve ao fato de que reconhecem no governo Lula que nós mudamos, que as coisas melhoraram, que a vida das pessoas melhorou." A candidata presidencial acrescentou que a população passou a ter acesso a produtos os quais não podia comprar antes, como carro e imóvel próprio, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida.
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