Jango: versão oficial é de que ele morreu de infarto no exílio| Foto: Reprodução/Domínio Público

Peritos que analisaram os restos mortais do ex-presidente João Goulart concluíram o laudo a respeito da morte de Jango. Eles não encontraram indícios de que o ex-presidente tenha morrido por envenenamento no exílio após a deposição pela ditadura militar – hipótese levantada pela família. O resultado da perícia, coordenada pela Polícia Federal (PF), foi divulgado ontem, após mais de um ano de trabalho.

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Os especialistas analisaram laudos produzidos por laboratórios estrangeiros sobre os restos mortais do presidente, cuja deposição deu início à ditadura militar (1964-1985).

Apesar da não ter encontrado indícios de envenenamento, o laudo destaca que é impossível descartar completamente essa hipótese, pois a passagem do tempo pode ter apagado vestígios de substâncias tóxicas, afirmou Jeferson Evangelista Corrêa, perito da PF.

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É possível, mas não certo, que Jango tenha de fato morrido de infarto – a versão oficial. Cardiopata, ele morreu durante o exílio na Argentina, mas seu cadáver nunca passou por uma autópsia. Desde os anos 1980, havia a suspeita de que agentes trabalhando para a Operação Condor, ação conjunta de ditaduras do Cone Sul para assassinar opositores, trocaram medicamentos de Jango por algum tipo de veneno.Após determinar que o caixão de Jango não fora violado, e que o DNA dos restos mortais de fato pertenciam a ele, a equipe testou então se havia resquícios de substâncias suspeitas. Os peritos pesquisaram a presença de cerca de 700 mil substâncias no caixão e nos restos mortais do ex-presidente, mas nenhuma foi encontrada.

O processo foi iniciado pela família de Jango, a qual pôde acompanhar todos as etapas do processo de exumação dos restos mortais do ex-presidente.