O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou nesta terça-feira (24) que a nota da direção do partido não representa uma ameaça de considerar o PSB oposição em 2014. Segundo Falcão, o PT avalia que é possível estar junto com os socialistas no ano que vem. "Claro que não [foi ultimato]. Não se dá ultimato em política para ninguém, muito menos para aliado", disse o petista após se encontrar com a banca do PT na Câmara. "Alinhamos quem está contra. O DEM está citado na nota, o PSDB e o PPS. Não está incluído o PSB a quem nos dirigimos dizendo que gostaríamos que permanecesse no nosso campo conosco", completou.

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Nota divulgada na segunda pela Executiva do PT decidiu manter os cargos que ocupa em Estados comandados pelo PSB, desde que haja "compatibilidade de programas" entre as duas siglas, e divulgou resolução afirmando esperar que os socialistas continuem aliados ao governo Dilma Rousseff.

Parte do texto foi interpretada no Planalto e por aliados do governador Eduardo Campos (Pernambuco) como um recado de que, se o PSB não estiver com Dilma Rousseff em 2014, será considerado oposicionista.

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Desde segunda-feira, a bancada do PSB na Câmara deixou de frequentar reuniões no Palácio do Planalto e dos aliados do governo na Casa. O presidente em exercício Michel Temer e quatro ministros reuniram os líderes aliados para discutir aumento para o financiamento da saúde. Questionado se estava no encontro, o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), justificou a ausência. "O PSB não está mais no governo", disse.

No encontro semanal dos líderes governistas da Câmara, realizado hoje, a falta também foi comentada. A expectativa agora é em torno da posição da bancada do PSB, com 24 deputados, nas votações da Casa. O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), disse que não existe motivo para um rompimento. "Não há razão para um revés na nossa relação", disse.

O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF) também não compareceu a reunião de hoje no Planalto com líderes aliados. Segundo ele, a ausência foi por "motivo pessoal". O socialista, no entanto, admitiu que o partido terá que decidir como vai agir daqui para frente nesse tipo de situação. "Tenho que avaliar com o partido como será isso. Hoje eu não fui por um motivo pessoal, eu tinha um tratamento dentário marcado há muito tempo."

Sobre o PT, que endureceu o tom contra o PSB, Rollemberg disse que "é muita pretensão você querer reduzir a diversidade em apenas duas correntes políticas". "Duas que não contribuem para o país. O PT quer criar uma polarização artificial que não se reflete na cena política brasileira."