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O empresário Rogerio Chequer, porta-voz e idealizador do movimento Vem Pra Rua, de oposição ao governo federal, disse na noite desta segunda-feira não ser, no momento, a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, o empresário disse que o movimento é apolítico, ainda que tenha apoiado o senador Aécio Neves (PSDB) no segundo turno em 2014, e que o principal problema no Brasil hoje é o desrespeito ao cidadão por parte dos políticos.

“Nós não somos a favor de um pedido de impeachment para a presidente hoje. O impeachment é um processo jurídico e político, onde precisamos dessas duas bases para que ele tenha sucesso. Ainda não encontramos uma tese que possa dar prosseguimento. Mas deixo claro que isso pode mudar, que nós podemos mudar de opinião a qualquer momento”, disse.

Questionado sobre o apoio ao tucano Aécio Neves no segundo turno, mesmo o movimento se dizendo “apolítico”, Chequer disse que apoiaria qualquer que fosse o adversário de Dilma, pelo fato do “Vem Pra Rua” ser contra a reeleição da presidente e do voto em branco.

“Essa é uma discussão crescente no movimento (apoios políticos). Já fizemos isso no ano passado. Antes, no primeiro turno, nós éramos contra a reeleição da presidente e contra os votos em branco. Passando o segundo turno, nós apoiamos o candidato de oposição e teríamos apoiado qualquer candidato que fosse”, afirma. Segundo ele, o “Vem Pra Rua” é um movimento bastante novo, começou em outubro do ano passado e ainda “é um processo de cidadania, de civismo que vai se desenvolvendo aos poucos”.

“O “’Vem Pra Rua” tem cerca de 2,5 mil pessoas que participam de alguma forma dos grupos de opinião. Desses, temos 150 líderes. A hierarquia está se formando. Nós estamos numa fase de organização. Somos um grupo de pessoa que tem um propósito comum”, defende, afirmando que o movimento não é somente de ‘empresários’.

“Nós temos líderes de todas as classes sociais. Temos empreendedores, donas de casa, muitos desempregados, empresários. Sou capaz de apostar que o grupo menos comum é o de empresários - disse, acrescentando que o “Vem Pra Rua” estuda, inclusive, fazer manifestações menores junto às áreas mais periféricas das grandes cidades”

No “Roda Viva”, Chequer também negou que o movimento esteja voltado somente em criticar o governo federal e admitiu que o “Vem Pra Rua” tem de ter cuidado para “não meter os pés pelas mãos e sair criticando tudo o que tem”, quando questionado sobre o fato de não ser mais contundente nas críticas aos governos Lula e Dilma.

“Discordo do fato de que nosso movimento esteja voltado só contra Dilma ou o governo federal. No dia 15, nosso caminhão estava coberto de uma lista de todos os políticos citados pelo (Rodrigo) Janot (procurador-geral da República). Nós agora estamos nos colocando como caçadores de pizza. Se sentimos o cheiro de pizza, vamos fazer de tudo para impedir que essas pizzas seja feitas. Isso afeta o governo, o Congresso, se não mais. Um dos nossos grandes objetivos é desenvolvermos a cidadania nas pessoas, de que é possível mudar dessa vez”, comenta.

Sobre o fato do “Vem Pra Rua” ter protestado no último dia 15 ao lado de grupos considerados extremistas, Chequer disse que “o movimento é contra qualquer intervenção militar, golpismo ou separatismo no Brasil” e criticou o governo federal por chamar de “golpismo” as manifestações de insatisfeitos.

“Por que as manifestações contra as ideias deles são golpismo e as deles são manifestações? A nossa manifestação é pacífica. A deles acaba sendo violenta, as pessoas têm medo de participar”

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