O ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta informou na tarde deste sábado (22) que não é foragido e voltará à cidade na segunda-feira (24) para resolver nova pendência na Justiça. Na quinta-feira (20), a polícia procurou o ex-prefeito em casa, mas ele não foi encontrado. Ele é acusado pela ex-mulher Nicéia Pitta de não pagar cinco meses de pensão alimentícia, o que somaria uma dívida de R$ 100 mil.
"Eu não sou foragido. Já tinha deixado São Paulo (na quinta) por causa do feriado. Todo mundo aproveitou o feriado", informou Pitta por telefone ao G1, sem, no entanto, revelar seu paradeiro. "Estou fora de São Paulo. Na segunda-feira (24) eu estarei aí sem problema nenhum", disse.
O ex-prefeito foi condenado pela 5ª Vara da Família e teve a prisão decretada. Ele admite que não pagou os últimos meses de pensão à Nicéia Pitta e sugeriu que a ex-mulher teria como se sustentar. "Ela dá sinais de que não precisa dessa pensão. Morava em um apartamento próprio (nos Jardins) e foi para um de luxo no Morumbi viver de aluguel. Essa é uma indicação de que não passa necessidade".
Além disso, Pitta alegou que "já constituiu outra família" há cinco anos e questionou o valor de R$ 20 mil de pensão. "Entrei com revisão porque estou separado há dez anos. O divórcio foi homologado em setembro (deste ano) e isso contrariou a Nicéia porque ela teve de pagar honorário dos advogados".
Sem acordo
Alexandre Slhessarenko, advogado de Nicéia, contou neste sábado que, em conversa com ela na noite de sexta-feira (21), não havia possibilidade de acordo. "Ela precisa receber. A dignidade dessa mulher foi para o ralo". Segundo ele, a proposta do advogado de Pitta seria parcelar a dívida, mas o profissional não foi encontrado para confirmar a informação.
"Ela me disse: não quero acordo. Isso eu faço com meus credores. E eles estão atrás dela", disse Slhessarenko. Ele explicou que o valor da pensão inicial de R$ 5 mil havia sido fixado em 2000, mas, com os reajustes, a soma atualmente é de R$ 20 mil. O advogado revelou que Nicéia não trabalha e nem tem renda fixa e teria perdido o apartamento dos Jardins por causa das dívidas.
Na operação Satiagraha, em julho deste ano, Pitta foi preso em casa pela Polícia Federal sob a acusação de integrar a suposta organização criminosa montada pelo banqueiro Daniel Dantas para desviar verbas públicas. Ele teve habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).