A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira disse, em seu depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que não tomou nenhuma providência em relação ao suposto pedido da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para que acelerasse o processo de fiscalização sobre os processos que envolviam Fernando Sarney, o filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). "Retornei à Receita e verifiquei que estava tudo dentro dos trâmites normais da Receita, por isso, não tomei nenhuma providência, sequer dei qualquer retorno à ministra", afirmou.

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Ela contou que após o suposto encontro com Dilma, no final de 2008, chegou à Receita um novo pedido do Judiciário, reiterando para que fosse acelerado o processo de fiscalização. Ela contou que a Justiça entendia que estava moroso o processo e solicitou também o aprofundamento da investigação em outros processos decorrentes dessa primeira investigação envolvendo o filho do senador. "Temos vários processos em razão desse contribuinte, mas não posso declinar os nomes desses contribuintes, mas há o envolvimento de muitas outras pessoas.

Sobre se o suposto pedido da ministra Dilma era relacionado apenas ao filho de Sarney ou se incluía outros contribuintes, Lina foi categórica: "A ministra Dilma pediu para agilizar a fiscalização do filho de Sarney." Lina disse que a investigação na Receita ainda não foi concluída. A ex-secretária observou ainda que não entendeu "a razão da mentira" da ministra Dilma, que não confirma ter feito o pedido.

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Lina afirmou que achou a solicitação "descabível" (sic), já que o próprio Judiciário já havia pedido para acelerar a investigação. Em resposta a uma pergunta do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) se o seu motorista poderia confirmar o encontro, Lina disse que esse funcionário a levou ao Palácio do Planalto diversas vezes. "Ele não foi comigo ao 4º andar, mas eu não sou um fantasma, passei por várias pessoas e alguma câmera deve ter registrado (a presença da secretária)." O 4º andar abrigava o gabinete de Dilma no Planalto.