O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Roberson Pozzobon aconselhou nesta terça-feira (28) que funcionários públicos envolvidos na Lava Jato procurem a Justiça para celebrar acordos de colaboração premiada. Segundo Pozzobon, “não vale a pena fingir que não cometeu delitos”. O procurador participou da coletiva de imprensa concedida pela força-tarefa para detalhar a Operação Paralelo, 39.ª fase da Lava Jato, deflagrada nessa terça-feira.
A PF prendeu, pela segunda vez, o ex-gerente da Petrobras Roberto Gonçalves, acusado de receber propinas por contratos na Diretoria de Serviços da estatal. Segundo Pozzobon, a partir da deflagração da Lava Jato, em 2014, Gonçalves tentou dissipar o dinheiro que teria recebido de propina em contas na Suíça, transferindo os valores para contas na China e nas Bahamas.
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“O raciocínio interessante a ser feito nesse momento é de que a investigação, mesmo a investigação de corrupção dentro da Petrobras não se exauriu. Há muito ainda a ser investigado, há diversas condutas com investigação sigilosa e naturalmente o raciocínio que deve ser adotado por aqueles gerentes, diretores, funcionários públicos quaisquer que praticaram delitos é que não vale a pena buscar ocultar seu patrimônio ilicitamente auferido, não vale a pena buscar se evadir da responsabilização penal, não vale a pena fingir que não praticou delitos por tanto tempo”, disse Pozzobon.
“Talvez o caminho adequado para eles é, antes que estejam no radar, ou ao menos antes que apareçam ostensivamente na investigação, eles procurem as autoridades públicas e revelem os fatos ilícitos que praticaram, restituam o dinheiro que desviaram dos cofres públicos e aí busquem por meio da celebração de um acordo de colaboração premiada acertar sua situação com a Justiça”, completou o procurador.
Segundo o MPF, até agora já foram firmados 155 acordos de colaboração premiada na Lava Jato. O valor recuperado através dos acordos chega a R$ 10,3 bilhões, de acordo com o órgão.
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