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“Não vou ficar de joelho para ninguém. Não tenho apego a cargo. Estou honrado em fazer esse trabalho. Se eu sentir que ela [a presidente Dilma] não me quer, vou lá e entrego o cargo, mas até agora nunca sinalizou.” Mário Negromonte, ministro das Cidades | Valter Pontes/ AE
“Não vou ficar de joelho para ninguém. Não tenho apego a cargo. Estou honrado em fazer esse trabalho. Se eu sentir que ela [a presidente Dilma] não me quer, vou lá e entrego o cargo, mas até agora nunca sinalizou.” Mário Negromonte, ministro das Cidades| Foto: Valter Pontes/ AE

Bahia

Jaques Wagner defende ministro

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), defendeu ontem o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), seu apadrinhado no governo federal, durante a solenidade de anúncio da segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida no estado. "Quero externar publicamente e politicamente a mais profunda solidariedade contra esse ataque constante que você vem sofrendo", disse, durante seu discurso no evento. "O pessoal tem é muito ciúme da Bahia. Falam que tem muito ministro baiano, então toda hora dizem que um vai cair. Mas, se Deus quiser, a energia baiana vai segurar todos vocês lá."

Wagner rebateu algumas acusações. Uma delas, a relativa ao suposto tráfico de influência de Negromonte para captação de recursos para a realização da Festa do Bode, na Bahia, foi definida pelo governador como "ridícula".

Agência Estado

O ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), chorou ao discursar durante evento ontem, em Salvador, e disse que pode deixar o cargo se sua permanência causar desconforto à presidente Dilma Rousseff. O ministro baiano negou as irregularidades e atribuiu as denúncias ao fogo amigo de partidos aliados e também à discriminação contra nordestinos.

A pasta virou alvo de suspeitas de irregularidades no processo de mudança do modal de transporte de Cuiabá (MT), uma das sedes da Copa de 2014. Em Mato Grosso, houve substituição de um parecer técnico favorável ao BRT (ônibus em corredores exclusivos) por outro defendendo o veículo leve sobre trilhos, o que encareceu o projeto.

Durante evento do Minha Casa Minha Vida, em Salvador, em que recebeu apoio de políticos baianos, ele ficou com a voz embargada e lacrimejou ao citá-los no discurso.

"Não vou ficar de joelho para ninguém. Não tenho apego a cargo. Estou honrado em fazer esse trabalho. Se eu sentir que ela [a presidente] não me quer, vou lá e entrego o cargo, mas até agora nunca sinalizou", disse em entrevista à imprensa.

Ele contou que recebeu um telefonema do ministro da Se­­cretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, tranquilizando-o porque a presidente conhece os trâmites para a definição de projetos para obras da Copa.

Negromonte negou que haja irregularidades no projeto, que ainda nem foi licitado, e disse que mandou instaurar uma sindicância para apurar se os servidores agiram ilegalmente no processo de alteração do modal de Cuiabá.

"Não vou prejulgar, não vou culpar ninguém antes de julgar. A sindicância vai apurar se houve falha ou erro. Não vou passar a mão na cabeça de ninguém", afirmou.

Negromonte atribuiu as denúncias ao fogo amigo de legendas aliadas que têm interesses contrariados pelo Ministério das Cidades.

"Aqui e acolá tem meia dúzia da bancada insatisfeitos. Partidos da base aliada que têm interesse no ministério. É um ministério que contraria muito interesse", disse, citando os R$ 230 bilhões que a pasta gere em seus principais programas.

Ele também afirmou que a imprensa busca "bater nos ministros para enfraquecer o governo" de Dilma Rousseff. "É uma mulher, existe discriminação. Também existe discriminação contra nordestino", disse.

Líder do DEM

Após as denúncias de irregularidades em obras da Copa, o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), afirmou ontem que a chamada "faxina" do governo precisa atingir até a presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, há um "conluio" para "roubar o Brasil".

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou ontem que diante da pressão de governadores, Dilma Rousseff ordenou ao Ministério das Cidades que mudasse a toque de caixa projetos de transportes para a Copa 2014.

Com isso, as cidades de Salvador (BA) e Cuiabá (MT) puderam trocar o BRT (ônibus em corredores exclusivos) por sistemas mais caros e demorados, como metrô e VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos.

"As denúncias são gravíssimas. Só em uma delas, há um prejuízo de R$ 700 milhões e foi feito por determinação da presidente. Tem de ser feita uma faxina para tirar presidente e não só ministro. Há um conluio para roubar o Brasil", disse Torres.

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), saiu em defesa do Planalto e disse que o Ministério das Cidades está apresentando seus esclarecimentos.

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