O colunista Jorge Bastos Moreno conversou com o ex- presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim, que segundo ele será o novo presidente do PMDB, no lugar do deputado Michel Temer (SP).

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A informação tinha sido antecipada pelo colunista Ancelmo Gois, de "O Globo" nesta sexta-feira. Cotado para ser ministro de Lula, Jobim será o "pacificador" da legenda, que, segundo cardeais do partido, dará um inédito apoio unido ao presidente, o que facilitará a costura de um governo de coalizão.

Jobim apresentou seu projeto a Temer , na manhã de quarta-feira, horas antes de Lula receber dirigentes do PMDB no Planalto. Antes, consultou dirigentes próximos a Lula, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e "não alinhados", como o senador eleito Jarbas Vasconcelos (PE), entre outros.

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- Jobim foi correto, como sempre, ao me apresentar a postulação. Respondi que posso até vir a indicá-lo, porém mais próximo de março de 2007, quando termina meu mandato - disse Temer à Reuters nesta sexta.

Jobim foi ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso. À frente do Supremo, foi alvo de críticas por supostas decisões políticas da Corte. Na época, o ex-ministro se defendeu e lembrou que assim como foi chamado de líder do governo FH, foi acusado por alguns de ser o líder do governo Lula no tribunal.

A mudança no comando do PMDB se dá diante da manifestação de integrantes do partido de que Temer já não fala mais pela maioria. Em 2002, os governadores do PMDB defendiam apoiar o governo Lula sem aceitar cargos. Agora, a maioria é a favor de apoiar e participar da gestão.

Os governistas do partido consideram que o entendimento interno para participar do governo só não avançou mais porque eles não confiam na costura de Temer, pelo fato de ele ter feito campanha para o tucano Geraldo Alckmin no segundo turno e ter investido na candidatura de Anthony Garotinho.

A convenção nacional do PMDB para eleger a nova direção ocorrerá apenas em março, mas os governistas pretendem excluir Temer dos entendimentos. Segundo eles, o deputado deveria abdicar de participar do processo, abrindo espaço para que os aliados de Lula comandem as negociações.

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Nesta semana, Lula apresentou a Temer o documento Agenda Mínima da Coalizão, articulado por Nelson Jobim e pelo deputado Geddel Vieira Lima, e, depois, pelo ministro Tarso Genro.