Dada como praticamente certa, a definição do nome do deputado Nelson Justus (DEM) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná pode encontrar resistência entre alguns deputados. Ontem, o líder do bloco formado pelo PSC, PSB e PRB, deputado Leonaldo Paranhos (PSC), anunciou que o grupo vai discutir na segunda-feira pela manhã a possibilidade de lançar um candidato para disputar a presidência da CCJ.
Até agora, somente o nome de Justus está oficialmente colocado como pretendente à presidência da principal comissão da Casa. A CCJ é responsável por analisar a constitucionalidade dos projetos de lei antes de as propostas serem encaminhadas para a votação em plenário. Em tese, o presidente da CCJ pode dificultar a tramitação de um projeto ao não incluí-lo na pauta de votações da comissão.
Indicação do DEM
Na última terça-feira, ficou acertado durante um almoço entre os líderes dos partidos com representação na Assembleia que a presidência da CCJ vai ficar com o DEM. E, entre os cinco parlamentares do partido, a legenda indicou o nome de Justus para o cargo. Ao justificar a indicação, o líder do DEM, Élio Rusch, afirmou que Justus, ex-presidente da Casa, foi o único a se candidatar à vaga.
"Temos ouvido o nome do Nelson Justus, mas essa foi uma indicação do DEM. Não houve decisão da Casa nem dos líderes quanto a quem vai ficar com a vaga", afirmou ontem Paranhos. "Nada impede que outro nome possa se habilitar a ser presidente da CCJ." Apesar de garantir que a possibilidade de o bloco disputar a presidência da comissão não tem relação específica com o fato de Justus ser o nome mais cotado para ficar com o cargo, Paranhos lembrou que a Assembleia vive um momento de renovação e de transformação. "Particularmente, defendo uma renovação em todos os setores e isso inclui a CCJ", disse o parlamentar.
Atualmente, Justus é alvo de investigação do Ministério Público Estadual por suspeita de manter fantasmas no gabinete da presidência. Ele também foi denunciado por improbidade administrativa por autorizar a contratação de funcionários fantasmas em cargos de comissão na Casa quando era presidente do Legislativo. Justus passou a ser investigado pelo MP após a publicação da série de reportagens Diários Secretos, da Gazeta do Povo e da RPC TV, que revelou um esquema de desvio de dinheiro na Assembleia por meio da contratação de fantasmas.
A definição de todos membros das 19 comissões da Assembleia será anunciada no início da sessão plenária da próxima segunda-feira, às 14h30.
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