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Delatores dizem que Meurer recebia até R$ 500 mil em propina por mês

No pedido de abertura de inquérito contra os deputados paranaenses Nelson Meurer (PP) e Dilceu Sperafico (PP), o procurador-geral da República Rodrigo Janot usou trechos das delações premiadas de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef

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O deputado paranaense Nelson Meurer (PP) recebeu R$ 4 milhões em 2010 para financiar sua campanha à Câmara dos Deputados, de acordo com uma petição assinada pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot. O ministro Teori Zavascki abriu nesta sexta-feira (6) um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o caso.

Em outro inquérito, o STF vai investigar o recebimento mensal de até R$ 500 mil por Meurer no esquema. Segundo a petição javascript:void(0)de Janot, o repasse de R$ 4 milhões, realizado no primeiro semestre de 2010, foi “um repasse extraordinário” em função da campanha.

Em um caderno de anotações apreendido na casa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa a Polícia Federal encontrou anotações referentes ao repasse. Em depoimentos em regime de delação à PF, Paulo Roberto Costa diz que Meurer “sempre fez parte do grupo de elite do Partido Progressista”. O ex-diretor disse também que “Nelson Meurer participava de tudo efetivamente relacionado ao caixa da Petrobras”.

Além do repasse da propina, Meurer também pode ter recebido dinheiro através de doações legais de campanha. De acordo com o doleiro Alberto Youssef, o deputado paranaense recebeu em 2010 R$ 500 mil da Galvão Engenharia, empresa investigada na Lava Jato. Na prestação de contas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estão registradas duas doações de R$ 250 mil da empresa ao deputado.

Liderança

Segundo Paulo Roberto Costa, Meurer passou a ser líder do PP em 2011 e “uma campanha de liderança do Partido Progressista, na época com 40 deputados, custava cerca de R$ 5 milhões”. O valor seria destinado a pagar outros filiados ao partido para que votassem em Meurer para ser o líder da legenda.

Posto da Torre

O nome de Meurer apareceu pela primeira vez na Lava Jato em janeiro desse ano, quando o juiz federal Sérgio Moro encaminhou ao STF dados de movimentações registradas no sistema paralelo de contabilidade do Posto da Torre, de Brasília, que relacionam o nome do deputado a remessas operadas pelo doleiro Carlos Habib Chater, investigado na Operação Lava Jato.

Segundo o sistema, Meurer recebeu dinheiro em dezembro de 2008 e em janeiro de 2009. O Posto da Torre era usado por Youssef para realizar pagamentos em dinheiro vivo em Brasília.

Segundo o doleiro, cada entrega dessa época era entre R$ 300 mil e R$ 500 mil, dependendo do fluxo de caixa do partido.

Outro lado

O deputado federal não foi localizado para comentar o assunto.

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