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De saída da diretoria de Infraestrutura Rodoviária, o petista Hideraldo Caron classificou como "muito pequeno" o nível de irregularidades no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ele atribui sua demissão a "circunstâncias políticas" e disse que só está anunciando a decisão nesta sexta-feira (22) porque a revisão do orçamento das obras, pedida pela presidente Dilma Rousseff, foi concluída.

Caron afirmou que combinou com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que permanecerá mais alguns dias no cargo para fazer a "transição" para quem for indicado para substituí-lo. "O Dnit melhorou muito. Com o volume de obras que temos, o nível de irregularidades que tivemos é muito pequeno e isso é uma conquista de todos os nossos funcionários."

Ele atribuiu o volume de irregularidades apontadas por órgãos de controle ao fato de o Dnit ser responsável pela execução da maior parte das obras do governo federal. Caron afirmou que "nenhum sistema" está imune a algum tipo de desvio ou execução incorreta e destacou que o número de obras do órgão que estão tendo o repasse suspenso tem reduzido nos últimos anos.

Questionado sobre se concordava com a "faxina" feita pela presidente, com a demissão de diversos funcionários da área de Transportes, o diretor afirmou que "não precisava" e que muitas das demissões são "desnecessárias". Disse, porém, entender que há uma decisão política de reestruturar a área. "O trabalho que fizemos aqui deu resultado, as circunstâncias políticas estão levando a este epílogo. Ele é natural, não estou nem um pouco desanimado ou desiludido com isso."

Canoas

Sobre a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que mostra que o diretor participou da liberação de R$ 30 milhões para um aliado construir casas, Caron justificou a medida afirmando que o assentamento de famílias faria parte de exigências da licença ambiental da obra da rodovia BR-448. Apesar dos pareceres contrários à obra emitidos pela Advocacia-Geral da União (AGU), Caron afirmou que o Dnit se baseou em uma consulta feita à Secretaria de Orçamento e Fiscalização do Ministério do Planejamento.

O diretor afirmou que se optou por construir a casa por um convênio com a prefeitura de Canoas, pela qual responde o petista Jairo Jorge, por ser mais barato. Afirmou ainda que o aliado foi "altruísta" ao ceder o terreno para que as famílias que viviam em locais próximos à BR fossem assentadas.

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