O ministério formado por Michel Temer (PMDB) na última quinta-feira (12) é o primeiro em 37 anos a não ter mulheres no comando, se tornando o único da América do Sul formado exclusivamente por homens. A situação, porém, é uma representação da realidade política do país.
De acordo com um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), mesmo sendo 51,6% da população de acordo com o IBGE, apenas 9% das cadeiras do parlamento brasileiro são ocupadas por mulheres no país - o 160º lugar entre 199 países pesquisados.
O levantamento mostra um número de mulheres no legislativo desde 1990. Desde então, o Brasil saiu de 5,3% para 9% em 2015 - um pequeno avanço para 25 anos. Está muito atrás de países considerados problemáticos quando o assunto é direito das mulheres - o Afeganistão, por exemplo, saiu de 3,9% de representação feminina para 27,7% em 25 anos. Hoje, o país ocupa a 49º posição no ranking da ONU.
Entre os países da América Latina, o Brasil tem a pior colocação. A Argentina, país vizinho, está na posição 27 do ranking, com uma representatividade feminina de 36,2%. Em 1990, a situação era parecida com a brasileira, com 6,3%. O Peru aparece como 76º em relação aos outros países. Hoje, o parlamento peruano é formado por 22,3% de mulheres - em 1990, elas eram 5,6%.
A Venezuela e o Chile aparecem por percentuais parecidos de representação feminina, com 17% e 15,8%, respectivamente.
Primeiras posições
A primeira posição é ocupada por Ruanda, país da África subsaariana que passou por um genocídio há duas décadas atrás. Em 1990, as mulheres ocupavam 17,1% das cadeiras do legislativo. Hoje, 63,8% do parlamento é formado por mulheres. As outras quatro primeiras posições são ocupadas pela Bolívia, com 53,1%, Andorra, com 50%, Cuba, com 48,9% e Seicheles, um conjunto de ilhas um conjunto de ilhas no oceano Índico que tem 43,8% de mulheres no legislativo.
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