O primeiro dia de trabalho dos vereadores na Câmara Municipal de Curitiba em 2009 foi marcado pelo ânimo dos parlamentares. Os vereadores, que hoje tem a última sessão ordinária antes do carnaval, usaram mais de duas horas para discutir os dez projetos que estavam na pauta de votação, sendo seis deles relacionados apenas a nomes de ruas e declaração de utilidade pública. Situação muito diferente de meados de 2008, quando a média de duração das sessões não passava de 30 minutos.

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A disposição dos vereadores em discutir não foi proporcional à importância das propostas. Um projeto de denominação de logradouro público da cidade, por exemplo, rendeu cerca de meia hora de comentários entre os vereadores, que elogiaram a atitude do vereador Mário Celso (PSB), autor da projeto, de falar sobre a vida da pessoa que será homenageada.

A proposta mais controversa foi a que criou 29 novos cargos comissionados para a Casa, de autoria da Mesa Executiva. O texto foi rejeitado pela bancada do PT, formada por três vereadores, por falta de maiores informações, mas foi aprovado. Os vereadores do PMDB, que anunciam hoje a formação do bloco de oposição na Câmara de Vereadores em parceria com os petistas, não acompanharam os colegas na primeira votação polêmica do ano.

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O vereador Algaci Túlio (PMDB) chegou a elogiar a atitude do presidente da Casa, o vereador João Cláudio Derosso (PSDB), de ir até a tribuna defender o projeto. "Quero parabenizar o senhor por estar nesse momento defendendo não o cargo para um ou outro gabinete, mas a Casa", disse Algaci.

Pelo projeto, os novos cargos terão um impacto de R$ 20,2 mil por mês na folha de pagamento da Câmara. Segundo o texto de justificativa, o valor é inferior ao que será economizado neste ano com pessoal pela Casa devido a aposentadorias e extinção de outros cargos, cerca de R$ 50 mil por mês. "Votamos contra a proposta porque não está claro aonde essas pessoas vão ser colocadas e quais cargos serão substituídos", comentou Professora Josete (PT).

O vereador Derosso, que defende a proposta, rebate as críticas da vereadora. "Na lei está preestabelecido os locais em que cada funcionário irá ficar. Basta ver a lei e verificar isso."