Há quatro dias a escritora Ilana Casoy praticamente se mudou para o plenário 10 do 1º Tribunal do Júri, onde desde segunda-feira é realizado o julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos. Sentada próxima aos promotores Roberto Tardelli, Nadir de Campos Júnior e do assistente de acusação Alberto Toron, Ilana tem mantido o olhar atento a tudo o que se passa e não larga a caneta e o bloquinho em que anota detalhadamente o comportamento dos personagens que circulam pelo tribunal.

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- A Suzane age como se estivesse distante do fato. Ela fala de sua vida como se narrasse uma novela, sem se envolver com os acontecimentos - afirma Ilana, que há anos vem estudando o comportamento de criminosos.

Segundo a escritora, Suzane refere-se à sua vida só no período em que esteve livre e se esquece do passado.

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- É por isso que diz não entender o que fez de errado quando teve a prisão decretada após uma entrevista ao 'Fantástico'. A Suzane não vira somente uma página no livro. Ela simplesmente troca de livro - diz, referindo-se a quem tenta superar algum fato desagradável na vida.

Ilana está colhendo dados para o livro 'O Quinto Mandamento - Justiça Seja Feita', que vem complementar o recém-lançado 'O Quinto Mandamento-Caso de Polícia', no qual relata os bastidores do assassinato, o trabalho da perícia, as investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, a confissão dos três e a reconstituição do crime.

Segundo Ilana, Suzane não se comporta adequadamente às situações. Ela gargalhou duas vezes durante o julgamento por causa das brincadeira de um de seus advogados.

- A Suzane é tão egocêntrica que o único referencial dela é ela mesma. A expressão dela não acompanha o corpo.

Para Ilana, Suzane precisa de ajuda psicológica para se recuperar.

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- Antes de matar os pais ela transferiu a paternidade para Astrogildo e Nadja Cravinhos. Já hoje o casal Barni (o ex-tutor Denivaldo Barni e sua mulher) representa os pais dela. Simbolicamente, está novamente matando os pais ao acusar os Cravinhos em plenário.

Segundo Ilana, a transferência de paternidade ocorre toda vez que ela encontra algum obstáculo a seus planos.

Já Daniel Cravinhos, segundo Ilana, tem enorme possibilidade de recuperação.

- Ele é como tantas outras pessoas que acabam presos por terem entrado por um caminho trágico. Cristian, para ela, é apenas um passageiro de última hora.

- Será que sozinhos eles teriam feito o que fizeram? - indaga.

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