Se dependesse da população de Curitiba, a emenda constitucional que proíbe o nepotismo no Paraná seria aprovada hoje e passaria a vigorar já a partir deste ano. Para 83,54% das pessoas ouvidas pelo Paraná Pesquisas, a contratação de parentes de ocupantes de cargos públicos deveria ser impedida no estado. E mais da metade 66,87% considera que a lei deveria valer imediatamente.
A emenda constitucional apresentada pela Assembléia Legislativa será votada hoje, em segunda e última discussão. A proposta proíbe a contratação de parentes de até segundo grau de agentes públicos em cargos comissionados. Isso significa que familiares mais distantes, como sobrinhos, primos e cunhados, poderão ser contratados legalmente, caso a lei seja aprovada. Para a maioria dos entrevistados, porém, a restrição deveria ser estendida a eles (veja quadro).
Apesar de quase 84% das pessoas ouvidas pelo Paraná Pesquisas condenarem o nepotismo, uma margem menor recusaria emprego público se fosse indicado por um parente. Apenas pouco mais da metade (53,70%) disse que negaria uma proposta nessas condições, enquanto 38,48% admitiu que aceitaria a vaga.
A pesquisa, encomendada pela Gazeta do Povo, mostra também que a prática do nepotismo deve ter influência nas urnas. Cerca de 70% das pessoas disseram que não votariam em um político que mantivesse parentes em cargos públicos. Quase a mesma proporção (73,87%) desaprova a atitude do governador Roberto Requião de manter dois irmãos em postos ligados ao governo Maurício Requião, como secretário de Estado da Educação, e Eduardo Requião, na superintendência do Porto de Paranaguá. Se o projeto da Assembléia for aprovado, os dois irmãos de Requião terão de ser afastados do cargo.
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