Repercussão
Marina admite que aliança com o PSB é "polêmica"
Das agências
Em vídeo de 4 minutos postado no final da tarde de sábado nas redes sociais, a ex-senadora Marina Silva fala à sua militância sobre o acordo fechado com o PSB de Eduardo Campos e reconhece que a união "ainda é muito polêmica". "Sei que isso é ainda muito polêmico entre nós, mas não tenho dúvida de que essa foi a atitude mais acertada para nos afirmarmos com um partido e influenciar a política brasileira a partir do nosso programa", diz Marina. As reações contrárias à ida de Marina ao PSB também tomaram conta da internet. Integrantes do PSB disseram que parte das críticas era fruto de uma "guerrilha virtual" do PT. Dos boatos divulgados, o que mais incomodou os aliados de Campos foi o de que o governador de Pernambuco poderia privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES. Dirigentes do PSB identificaram a afirmação em perfis simpáticos ao governo federal no Twitter.
O vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), disse que as suspeitas do PSB sobre uma guerrilha virtual do PT não têm fundamento.
A filiação da ex-senadora e ex-ministra Marina Silva ao PSB não vai alterar apenas o xadrez político da sucessão presidencial de 2014. O cenário das eleições para governador também pode ser afetado. No Paraná, o PSB tem como principal expoente o ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci, um dos aliados mais fiéis do governador Beto Richa (PSDB). Não será improvável, portanto, que a reeleição de Richa ao governo paranaense seja apoiada tanto pelo presidenciável Aécio Neves (PSDB) como por Marina e por Eduardo Campos (o provável candidato do PSB à Presidência). Assim, o governador tucano tende a ser o pré-candidato ao Palácio Iguaçu mais beneficiado com a decisão de Marina de ir para o PSB.
O simples apoio a Richa, porém, pode não representar necessariamente transferência de votos. "Os eleitores de Marina, principalmente em grupos segmentados, como evangélicos e ambientalistas, são ideologicamente muito distantes de Richa", diz o cientista político Ricardo Oliveira, professor da UFPR. "Fazer com que eles [os eleitores de Marina] agora acompanhem o seu novo partido pode ser um desgaste muito grande o projeto de Marina."
Oliveira acredita que um eventual palanque duplo pode beneficiar Richa. Mas o cientista político também acredita que haverá uma redistribuição dos eleitores de Marina entre o tucano e a candidata petista ao governo do estado, Gleisi Hoffmann. "No Paraná, o PSB sempre foi um partido mais ligado com a direita, e isso é evidenciado pela aliança de Ducci com Richa. A filiação de Marina ao PSB foi um movimento isolado, não houve uma transferência dos blocos da Rede [partido que Marina tentou fundar] para o PSB. Os militantes estão confusos. Muitos deles poderão ir com Richa, mas outros tantos podem se associar a uma candidatura de esquerda, como a de Gleisi."
Já o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, avalia que a provável disputa nacional entre Eduardo Campos e Aécio para saber quem vai ao segundo turno com Dilma Rousseff pode pesar para que Richa não dê palanque ao PSB o que faria com que o governador "perdesse" o apoio de Campos e Marina no estado. "Apenas um deles [Aécio ou Campos] vai para o segundo turno com Dilma, que já teria uma vaga garantida, segundo as pesquisas. Não vai haver pressão do PSDB para que Richa não faça palanque para Campos?", questiona Hidalgo.
Ele pondera ainda que outros importantes agentes políticos podem pender para um lado ou para o outro, mexendo ainda mais no quadro. "Caso a Marina seja a candidata no lugar do Campos, o que é possível, já que ela tem mais intenções de votos do que ele, pode ser que o [Gustavo] Fruet apóie o PSB. E também não sabemos qual seria a posição do Ratinho Junior", diz Hidalgo. Nas últimas eleições municipais, Marina Silva apoiou a candidatura de Fruet à prefeitura de Curitiba.
Apesar disso, como é improvável que o PSB paranaense lance candidato ao governo ou apoie outro candidato que não seja Richa, a tendência é que Marina não prestigie nenhum concorrente do governador em 2014, se decidir não fazer campanha pelo tucano.
Plano nacional
Para o diretor da Paraná Pesquisas, no plano nacional, a filiação de Marina ao PSB favorece sobretudo a presidente Dilma Rousseff. "As pesquisas mostravam que [José] Serra e Marina tinham 35% a 40% dos votos [somados]. E ambos, em princípio, não serão candidatos. Mas eu ainda não sei se Marina vai aceitar ser vice de Campos."
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