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| Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS

A presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta quinta-feira que o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), tem a autonomia de qualquer integrante do governo para liderar a articulação política do governo. Ao responder sobre a liberdade do vice para definir nomeações de cargos, Dilma disse que ele é “do coração do governo”. A petista veio ao Rio para entregar 500 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida no bairro Nossa Senhora do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

— O vice-presidente, assim como qualquer outra pessoa que integre o governo, leva em consideração que a nossa base é integrada por diversos partidos. Então, dado que os nossos compromissos são comuns e ele os conhece todos, até porque ele participou desses compromissos, a autonomia dele está dada pelo fato de que ele integra o governo. Ele é do coração do governo, não é uma pessoa estranha. Ele vive o dia a dia do governo — disse a presidente, encerrando abruptamente a entrevista coletiva concedida após a entrega de casas populares no Conjunto Habitacional Volterra.

No discurso na inauguração das unidades do Minha Casa Minha Vida, a petista disse que a Petrobras “já deu a volta por cima” e “limpou o que tinha de limpar”, referindo-se ao envolvimento da estatal no escândalo da Lava-Jato.

Perguntada sobre a expectativa em relação ao desempenho de Temer na articulação política, Dilma elogiou o vice.

— É bem sintética a minha avaliação: a (expectativa é a) melhor possível. Tenho certeza que Michel Temer tem todas as condições. Primeiro, tem a autoridade de ser o vice-presidente. Segundo, tem a experiência da vida dele, inclusive tendo sido presidente da Câmara Federal em oportunidades muito recentes. E, de outro lado, tem uma imensa capacidade para o diálogo, para o consenso, para construir toda a relação que é necessária construir toda a relação necessária com uma coalizão da envergadura da nossa.

A presidente Dilma Rousseff chegou pouco antes das 11h ao evento em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela entregou casas do Minha Casa Minha Vida no quinto bloco do conjunto habitacional. Outros quatro foram inaugurados em 2014 para abrigar moradores de casas atingidas por enchentes às margens do Rio Sarapuí.

Na companhia de Dilma, o ministro das cidades, Gilberto Kassab, anunciou que o governo deverá lançar nos próximos dias a terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, com 3 milhões de moradias. Segundo ele, em nove anos, o programa terá entregado 6,8 milhões de unidades.

Dilma chegou às 10h de helicóptero e seguiu direto para a visita a um dos apartamentos, ao lado de uma moradora idosa. A cena foi transmitida para plateia de moradores cadastrados, que receberam bandeiras do Brasil na entrada para serem agitadas. Ao subir no palco, Dilma foi muito aplaudida e teve seu nome puxado por um coro de sindicalistas da Federação Única dos Petroleiros, ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT.

Ao lado do grupo de sindicalistas, vestidos com jalecos laranjas e crachás da Petrobras, seis ex-funcionários das obras do Comperj, demitidos por causa da paralisação das obras, assistiram à cerimônia numa área reservada, depois que foram convencidos por um assessor da Presidência a desistir de um protesto pedindo audiência com Dilma para solucionar o pagamento de indenizações e encargos atrasados.

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