Funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Sul decidiram nesta quarta-feira (20), em assembleia, promover uma série de manifestações públicas para expor o sucateamento e as terceirizações da autarquia. "Uma comissão de mobilização vai definir iniciativas como exposição de faixas e atos públicos nos próximos dias", disse Luís Ribeiro representante do Sindicato dos Servidores Federais (Sindiserf-RS) entre os servidores do Dnit no Estado. "Também podemos discutir a possibilidade de uma greve nacional no dia 1.º de agosto", afirmou, destacando que o problema não é específico do Rio Grande do Sul, mas nacional.
Segundo avaliação dos servidores, a terceirização facilita o apadrinhamento político e deveria ser substituída pelos concursos. Ribeiro lembra que, quando criado, em 2002, o Dnit previa ter um quadro de 4,8 mil servidores concursados no Brasil. O número nunca foi atingido e hoje fica próximo de 2,7 mil.
No Rio Grande do Sul, a autarquia tem 130 servidores para a superintendência e as oito unidades locais. Há regiões com apenas dois funcionários para controlar quatro balanças. "Em casos assim, a terceirização não resolve, porque somente funcionários concursados como agentes de trânsito podem aplicar multas por excesso de peso", destaca Ribeiro, apontando para uma das causas de deterioração das rodovias.
O Dnit está no meio de uma crise enfrentada pelo Ministério dos Transportes. Desde o início do mês, quando foram reveladas as denúncias de corrupção no ministério, 16 pessoas já foram afastadas de suas funções. Na última terça-feira foram demitidos quatro funcionários da pasta e dois do Dnit. São previstas ainda as demissões do diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, e do diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, o petista Hideraldo Luiz Caron.