Em sua exposição inicial à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Aldo Luiz Mendes, indicado para ocupar a diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), elogiou a autonomia da instituição, citou a política do governo que "regulou o acesso da população ao crédito" e afirmou que a previsão feita pela pesquisa Focus, de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% em 2009, mostra que "o Brasil deixou a crise para trás".
Aldo Mendes afirmou que a política econômica do governo é "coroada de sucessos" graças a três pilares fundamentais: responsabilidade fiscal, regime de metas e cambio flutuante. "Em síntese, se aceita por esta Casa minha indicação, colocarei a dispor o melhor do meu conhecimento para somar ao time que tem ajudando o governo de forma exitosa a conduzir a economia brasileira", disse.
A indicação de Mendes precisa ser aprovada pela CAE e pelo plenário do Senado para que ele assuma o cargo que era ocupado por Mário Torós. O relator da mensagem de indicação é o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Líder do governo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) pretende votar a indicação de Aldo Mendes ainda esta semana ou, no máximo, na próxima, para dar tempo de o indicado assumir o cargo no BC antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o dia 8 de dezembro.
Crescimento
Em sua fala à Comissão, Mendes afirmou ainda que o objetivo da política econômica deve ser o de criar as condições necessárias ao crescimento sustentável. Entre as precondições, ele destacou a busca intransigente da estabilidade de preços.
Segundo ele, o controle da inflação é um bem público por excelência e seu valor deve ser preservado. "A política monetária deve perseguir o cumprimento da meta de inflação, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional que, como sabemos, para o biênio 2009-2010, foi fixada em 4,5% anuais", afirmou.
Mendes disse que para o perfeito funcionamento da política de metas de inflação é necessário que o BC disponha de autonomia. Para ele, a experiência dos últimos anos comprova que o BC deve dispor de autonomia operacional de fato, para calibrar com eficiência os instrumentos de política monetária baseados em critérios estritamente técnicos.