No Supremo Tribunal Federal (STF), jamais houve uma condenação de parlamentar, mostra reportagem do jornal "O Globo", assinada por Alan Gripp e Carolina Brígido, publicada na edição deste domingo. Um levantamento feito pelo próprio Supremo revelou que, nos últimos dez anos, o tribunal concluiu apenas 20 ações criminais envolvendo políticos. Entre os processos que chegaram ao desfecho, 13 já estavam prescritos. Nos outros sete, os acusados foram absolvidos.
Para ministros da mais alta corte do país, a impunidade de autoridades tem sido alimentada pelo foro privilegiado, direito dado a deputados e senadores de serem julgados pelo Supremo, já abarrotada de ações de toda a natureza. Esse cenário, dizem eles, dificilmente permitirá a condenação de algum político.
Nem todos os ministros e juristas são contrários ao foro privilegiado. Mas a maioria concorda que, com o congestionamento de processos, poucas ações penais chegarão ao fim.
Hoje, cada ministro do Supremo recebe, em média, dez mil ações por ano, que vão de brigas de vizinhos não resolvidas em acordos até processos complexos, como o que julga os 40 personagens denunciados pelo Ministério Público pelo escândalo do mensalão.
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