Levantamento feito a pedido do G1 pela empresa E.Life, especializada em gestão do relacionamento em mídias sociais, revela que, em uma semana (de 25 a 31 de maio), as mensagens emitidas pelo microblog Twitter sobre os três pré-candidatos à Presidência que ocupam as primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto atingiram potencialmente até 5 milhões de usuários.
Segundo o levantamento, os posts sobre Dilma Rousseff (PT) atingiram quase 1.747.000 twitteiros no período avaliado. Mensagens em que o assunto era José Serra (PSDB) impactaram 1.580.000 usuários, enquanto aqueles sobre Marina Silva (PV) chegaram a 1.630.000.
A empresa ressalta que muitos desses usuários postaram mais de uma vez sobre o assunto ou seguem mais de um candidato, e que o número total contabiliza essas repetições. Os internautas brasilienses lideraram a participação sobre os três candidatos, seguidos por paulistas, goianos e cariocas.
De acordo com o levantamento, o total de usuários atingidos pelas mensagens não depende diretamente do número de seguidores dos perfis dos presidenciáveis. Até a tarde desta quarta-feira (2), a página de Dilma no Twitter tinha 73.397 seguidores; a de Serra, 244.091; e a de Marina, 55.290.
Para fazer o monitoramento, que não se trata de pesquisa eleitoral, a empresa usou os softwares TweetMeter e E.Life Engine, desenvolvidos para medir a comunicação boca a boca no Twitter, onde os usuários podem enviar mensagens de até 140 caracteres. Foram consideradas 1,5 mil mensagens sobre cada candidato publicadas no período.
"Um dos aspectos que se observa é que os internautas estão muito ativos no sentido de falar sobre os temas do noticiário. No levantamento, é possível ver uma ligação desses assuntos com as mensagens postadas no Twitter. Para os candidatos, isso é um reflexo da repercussão da campanha, do que vem sendo dito nos discursos", diz Alessandro Barbosa Lima, presidente da E.Life.
Outra pesquisa, feita pelo Ibope Mídia também a pedido do G1, confirma essa tendência. Usando a ferramenta BuzzMetrics, o Ibope apurou o número de referências apenas aos perfis dos três pré-candidatos no período entre 24 de abril e 24 de maio. De acordo com a gerente de marketing do Ibope Mídia, Juliana Sawaia, foram mais de 10 mil mensagens citando diretamente @dilmabr, @joseserra_ ou @silva_marina no microblog. O pico de comentários foi registrado no dia 15 de maio, quando foi divulgada uma pesquisa de intenção de voto.
"Estamos falando de uma conversa, não de propaganda. Não são as marcas que são importantes, são as pessoas. As redes sociais vieram para ficar. E tudo é dito ali, inclusive política. É importante que os candidatos, e os responsáveis por suas campanhas, estejam atentos a isso", analisa Juliana.
Palavras mais usadasAs 10 palavras mais usadas nas mensagens sobre Dilma no período do levantamento da E.Life foram: rt (retweet, quando o usuário reenvia uma mensagem que recebeu), serra, jose, candidata, pt, nao, pre, presidente, psdb e brasil. No ranking dos hashtags (termos utilizados ao lado do sinal gráfico # para sinalizar um assunto), #dilma, #lula, #pt e #serra foram as mais citadas. Desde o começo do levantamento, ressalta a empresa, #lula está associada à candidata Dilma.
Nos tweets sobre Serra, as palavras que mais apareceram foram rt (retweet), nao, dilma, brasil, vice, psdb, bolivia, noticia, presidente e candidato. Entre os hashtags, #serra, #dilma, #dem e #lula. As palavras mais comuns no levantamento sobre Marina foram foram rt (retweet), nao, serra, pv, candidata, dilma, pré, culto, presidencia e deus. No ranking dos hashtags, #comarina, #eleicoes2010 e #realpolitik foram os mais citados.
Retorno para os eleitoresAlessandro Lima ressalta ainda o uso do Twitter como fonte de divulgação da agenda dos pré-candidatos e, especialmente, como canal de comunicação direto com os eleitores: "Os próprios candidatos estão usando os canais para responder aos eleitores individualmente. Isso ajuda na repercussão de temas positivos e também para tirar dúvidas de possíveis ruídos em notícias e discursos".
A influência direta da movimentação pró ou contra os candidatos nas redes sociais sobre as eleições ainda é relativa, na opinião de Lima. "O poder de multiplicação das mensagens nas redes sociais é enorme, mas não se pode considerar nenhum resultado de pesquisa no Twitter como conclusivo no resultado das eleições. Ele atinge um grupo de maior poder aquisitivo, além de jornalistas, que replicam os assuntos em outras mídias e têm poder de influência, mas não representam a totalidade de eleitores", pondera.
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