O ativista de direitos humanos Adolfo Pérez Esquivel reafirmou em entrevista coletiva em Curitiba o que já havia dito em Brasília, no plenário do Senado Federal: acredita que o Brasil está vivendo um golpe de Estado brando. Segundo ele, o impeachment da presidente Dilma Rousseff é preocupante para a democracia do Brasil e da América Latina, ainda em construção.
“O que está ocorrendo em todo o continente latino-americano são golpes de Estado brandos, encobertos, em nome de interesses econômicos. Isso já ocorreu em Honduras, quando depuseram Manuel Zelaya, e no Paraguai, no impeachment de Fernando Lugo”, disse, em entrevista no Sindicato dos Engenheiros do Paraná.
Esquivel, prêmio Nobel da paz em 1980 por seu combate pacífico à ditadura argentina nos anos 1970, veio ao Brasil conversar com a presidente Dilma, dizendo-se preocupado com a situação do país. No plenário do Senado, para constrangimento de senadores da oposição, afirmou que o país estava vivendo um processo de golpe - mesmo discurso que a presidente e seus aliados vêm pregando.
Em Curitiba, Esquivel participou do protesto para lembrar um ano da repressão de professores e manifestantes no 29 de abril do ano passado, no Centro Cívico. À noite, fará uma palestra a convite de advogados do estado, na Universidade Federal do Paraná. Depois, segue para Porto Alegre.
Segundo Esquivel, os interesses por trás do processo de impeachment são principalmente de grandes empresas, que gostariam de ver a retomada de privatizações e que prefeririam um governo neoliberal, ao invés de um governo de esquerda. “Tem sido sempre o mesmo mecanismo. Primeiro, uma campanha de descrédito do governo. Depois, a atuação de setores conservadores para derrubar o governo”, afirmou.
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