O ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Pérez Esquivel, estará em Curitiba nesta sexta-feira (29) para participar do 2º Ato em Defesa da Democracia realizado pelo grupo autointitulado ‘Juristas pelas Democracia’. No Brasil, Esquivel já se encontrou com a presidente Dilma e discursou no Senado Federal.
Em Curitiba, o evento será realizado no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, a partir das 19 horas. O ato é aberto ao público, gratuito e sem necessidade de inscrição prévia.
Segundo a organização, o encontro vai debater o atual momento de crise das instituições democráticas na América Latina. O argentino Esquivel é arquiteto, escultor e ativista dos direitos humanos, reconhecido por difundir a não-violência durante as Ditaduras Militares da América Latina.
Biografia
Esquivel ocupa, entre outros cargos, o de presidente do Consejo Honorario del Servicio Paz y Justicia en América Latina (Serpaj-AL) e do Servicio Paz y Justicia Argentina. Ele ganhou o Nobel da Paz devido ao seu trabalho como coordenador, na década de 1970, da Serpaj-AL na cidade colombiana de Medelin. A fundação difundiu o combate aos regimes militares da América do Sul por meio da “não-violência ativa”.
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Além dele, também estarão presentes no ato o ex-Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Manoel Caetano Ferreira Filho, o coordenador no Paraná da Cátedra Sérgio Vieira de Mello das Nações Unidas, José Antônio Peres Gediel e a advogada e represente da Casa Latino-americana (Casla), Ivete Caribé. A primeira edição do evento ocorreu no mês passado.
Polêmica no Senado
Nesta quinta-feira (28), Esquivel afirmou em discurso no Senado Federal que o que o Brasil está prestes a sofrer o que chamou de “golpe de Estado”. Ele comparou o processo de impeachment de Dilma ao que ocorreu em Honduras e no Paraguai, com a destituição dos presidentes Manuel Zelaya, em 2009, e Fernando Lugo, em 2012.
Parlamentares da oposição reagiram na hora à manifestação de Esquivel, lembrando que, em uma sessão extraordinária da Casa, só senadores têm direito a falar. Os oposicionistas disseram que Paulo Paim (PT-RS), que comandava a sessão, não poderia ter aberto uma exceção para isso. Paim se desculpou e “jurou” que não sabia o que o argentino iria falar. O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) chegou a propor uma moção de repúdio, mas foi convencido a recuar e se contentou em pedir apenas que a declaração fosse retirada dos anais da sessão.
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