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O trânsito atrasou em quase trinta minutos o início dos desfiles das escolas campeãs do carnaval de São Paulo. Integrantes da Gavião da Fiel, primeira escola a entrar na avenida e vencedora no grupo de acesso, ficaram presos no congestionamento e não conseguiram chegar ao sambódromo às 22 horas, horário previsto para o início da festa.

Mas isso não desanimou a celebração, que começou com um pacto de paz entre as escolas das torcidas rivais de futebol. Para simbolizar um tempo de respeito mútuo, os casais de mestre sala e porta bandeira da Gaviões da Fiel e da Mancha Verde, a segunda escola a desfilar, campeã do grupo especial esportivo, abriram os desfiles das duas escolas. Os quatro entraram na avenida antes das comissões de frente, trocaram bandeiras e dançaram juntos. Nas arquibancadas, as torcidas das duas escolas aplaudiam e vibravam, deixando de lado a rivalidade histórica.

A Império de Casa Verde entrou na avenida logo depois, graças à quinta colocação no grupo especial. Novamente, um casal de mestre-salas e porta-bandeiras, Renatinho e Fabíola, abriu o desfile. Eles foram homenageados pelo presidente da escola, que considerou injusta a nota recebida por eles pelos jurados (9,5).

O carro de cinco tigres, abre alas monumental da Império, entrou na avenida desarticulado, ou seja, os tigres foram separados. Apesar de ter desfilado com menos alegorias, que quebraram, a agremiação fez o desfile com muito profissionalismo, mostrando o quanto foi difícil a escolha neste ano da melhor escola.

O top de Sheila Melo, madrinha da bateria da escola, quebrou pouco depois do começo do desfile. Rapidamente ela conseguiu uma camiseta azul de alcinhas e continuou a desfilar com muita animação.

Mais uma vez o sambódromo tremeu com a passagem da Águia de Ouro, quarta escola a desfilar. O público vibrou com a ousada manobra da bateria, que se abriu ao meio para permitir à passagem do casal de mestre sala e porta bandeira. Enquanto a dupla evoluia, os integrantes da bateria tocavam ajoelhados. Na saída do recuo, a bateria surpreendeu ao reverenciar o público, que emocionado cantou e saudou a escola.

A Vai-Vai, quinta escola a desfilar, mandou um recado ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no painel eletrônico de seu carro abre alas. A escola pediu o fim do "Cidade Limpa", lei que determina a retirada de outdoors e painéis eletrônicos para reduzir a poluição visual. A mensagem dizia que a lei irá desempregar 25 mil pessoas.

E os protestos não pararam por aí. A Vai-Vai também incluiu no desfile uma faixa, protestando contra a retirada da escola do bairro do Bixiga, onde mantém sua quadra há mais de 70 anos.

A sexta escola a desfilar foi a vice-campeã do grupo especial, a Unidos de Vila Maria, que mostrou na avenida como conquistou o segundo lugar. A campeã, Mocidade Alegre, também prestou homenagem ao casal de mestre sala e porta-bandeira que teve nota 9,75 por meio de uma faixa que dizia que a dupla é nota mil.

Fogos de artifício abriram o desfile da Mocidade, que entrou no sambódromo com uma alegria sem igual. A bateria fez uma coreografia especial para a noite, dançando em roda. O público aplaudiu a surpresa.

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