O lobista Fernando Moura, ligado ao PT e um dos delatores da Operação Lava Jato , afirmou nesta quarta-feira (3) ao juiz federal Sergio Moro que ouviu do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a confirmação de indicação, em 2003, do diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque – apontado como o braço do partido no esquema de arrecadação de propinas em contratos da estatal e preso desde 2015 por corrupção e lavagem de dinheiro.
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“Nomeei hoje o Duque.” Foi assim que Dirceu teria comunicado ao lobista a nomeação do diretor de Serviços feita por ele, por sugestão do empresário Licínio Rodrigues, da empreiteira Etesco.
A notícia foi dada a ele, segundo Fernando Moura contou ao juiz Sergio Moro, em um jantar na casa da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, à beira da piscina. “No dia 1º de fevereiro de 2003, teve uma recepção na casa da Roseana Sarney, que ela fez um jantar para o pai [José Sarney] que tinha sido indicado presidente do Senado”, afirmou Moura.
“Ele [Dirceu] estava ao lado da piscina com mais cinco pessoas. Fui cumprimentá-lo, fui abraçá-lo. Quando abracei o Zé, ele me disse ‘nomeei hoje o Duque’. Isso no dia 1º de fevereiro”, afirmou Moura. “Eu aproveitei e abracei e dei um beijo no rosto dele.” Moura diz que, posteriormente, o então secretário-geral do PT Silvio Pereira explicou como foi a discussão para indicação, em reunião na antessala da Casa Civil.
Fernando Moura foi ouvido pela segunda vez pelo juiz da Lava Jato, na ação penal em que é réu ao lado de Dirceu. No primeiro interrogatório, dia 22, ele não apontou Dirceu como responsável pela nomeação de Duque. Dois dias depois, ele afirmou ao Ministério Público Federal que havia mentido por se sentir “ameaçado”.
O delator confirmou nesta quarta-feira que Licínio Machado indicou Renato Duque e que, pessoalmente, ele encaminhou essa indicação para Silvio Pereira e José Dirceu. “Eu falei pessoalmente com o José Dirceu.”
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