O candidato do governo à Presidência da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse neste sábado que nem a oposição nem o governo podem decidir a eleição na Casa.
- O importante aqui é ter o apoio dos deputados. O apoio do governo ou da oposição não é a coisa mais importante. Porque a oposição vai apoiar um candidato, o governo vai apoiar outro, mas o fundamental são os deputados que votam. Nem a oposição nem o Palácio podem decidir a eleição - disse o candidato.
O candidato do PFL, José Thomaz Nonô (AL), afirmou, também neste sábado, que pretende conversar com outros 512 parlamentares. E revelou que terá o apoio do deputado clandestino.
- Terei o apoio da clandestinidade. O clandestino é aquele deputado que não vai dizer nem a mim e nem à esposa dele que votou no Nonô. É um voto silencioso. É um deputado que tem um orgasmo cívico em votar contra o governo - disse José Thomaz Nonô.
O candidato do PFL afirmou que está pedindo voto para deputados de todos os partidos, inclusive do PT.
- Peço voto até do Lula se ele aparecer por aqui. Não tira pedaço.
Aldo admitiu contar com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo ele, no entanto, o apoio de Renan não é uma interferência do Senado na eleição da Câmara.
- A eleição é uma eleição da Câmara. Provavelmente quando houve a eleição no Senado os deputados tiveram suas preferências, sem que isso signifique interferência. O senador Renan Calheiros não vota na eleição da Câmara - afirmou.
Aldo afirmou que embora respeite e esteja conversando com o deputado Michel Temer (PMDB-SP) - que também já apresentou-se como candidato - sua candidatura tem apoio de uma parcela do PMDB.
- Temos apoio de uma parcela do PMDB. Respeitamos a candidatura do deputado Michel Temer. Tenho conversado com ele sobre o nosso pensamento quanto ao funcionamento da Casa.
Indagado se acredita que o apoio de Renan à sua candidatura possa provocar um movimento de reação de peemedebistas contra ele, Aldo disse esperar que não. Ele também não quis comentar o encontro entre Temer e o candidato do PFL, José Thomaz Nonô (AL) que deverá acontecer no final da tarde de domingo.
- Espero que não. Além disso, há um grupo de senadores do PMDB que apóiam o candidato Nonô. Tenho conversado com o deputado Michel Temer, mas não temos nenhum encontro marcado.
Aldo afirmou que tomou conhecimento da liberação de verbas orçamentárias pela imprensa e não tem como analisar o impacto dessa liberação na eleição à Presidência da Câmara. O deputado argumentou, no entanto, que o governo não pode parar a execução orçamentária em razão de acontecimentos políticos.
- Não tomei conhecimento da liberação de recursos a não ser pela imprensa. Portanto não tenho como analisar que papel essa liberação pode cumprir na eleição. Não sei se é coincidência, sei que todos os dias o governo está liberando recursos, tem um orçamento muito grande para executar e o governo não pode parar a execução em função de determinados acontecimentos.
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