Eufóricos com a absolvição de Romeu Queiroz (PTB-MG), os mensaleiros foram à luta ontem. "Se as provas contra mim são menores do que as que existem contra ele, como vão me cassar agora?", filosofava João Magno (PT-MG) ao celular. Nota de corte 2 – No Salão Verde da Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), que recebeu R$ 20 mil, era outro a repisar o argumento de que havia "muito mais provas" contra Queiroz, sacador de R$ 450 mil do esquema Valério-Delúbio. Bom velhinho – O ministro petebista Walfrido Mares Guia (Turismo), que fez tudo e mais um pouco para salvar a pele do correligionário Romeu Queiroz, ganhou apelido: Papai Noel dos mensaleiros. Renascido das cinzas – Mineiro como Queiroz, Roberto Brant (PFL) reviu suas previsões. Antes pessimista, ontem já falava em batalhar para escapar ainda no Conselho de Ética, sem deixar que seu processo chegue ao plenário. Acesso restrito – Apesar da animação dos mensaleiros, integrantes do Conselho de Ética recomendam cautela. Acham que a absolvição de Queiroz é menos um indicador geral e mais um acerto mineiro em que até o governador Aécio Neves (PSDB) deu uma mão. Brant seria o outro beneficiado. Suprapartidário – Calculava-se ontem que, dos 53 deputados mineiros, no máximo oito tenham votado a favor da cassação de Queiroz.

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Morde e assopra – Sandro Mabel, líder do PL, partido que entrou com a representação contra Romeu Queiroz, trabalhou duro para conseguir votos favoráveis ao petebista. Na noite da pizza, a lógica das alianças de 2006 prevaleceu sobre a propalada necessidade de dar satisfação à opinião pública.

Meio cheio... – O Ministério do Desenvolvimento Agrário deve anunciar hoje que rompeu a barreira das 100 mil famílias assentadas em 2005. A expectativa da pasta é alcançar até o Natal a meta de 115 mil estipuladas para este ano. ... meio vazio – Como a maioria das famílias foi instalada na Amazônia, o governo não atendeu às reivindicações do MST, que terá no máximo 10 mil famílias assentadas em 2005. Por essas e outras, o movimento não deve dar sossego a Lula no ano eleitoral. Tudo como antes 1 – Glênio Guedes, o procurador da Fazenda Nacional que recebeu R$ 1,6 mi de Marcos Valério e foi afastado do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro após o escândalo do mensalão, pediu formalmente sua reincorporação ao órgão. Tudo como antes 2 – O conselho foi apontado pelo BC como responsável pela fiscalização dos negócios entre Valério e o Rural. Guedes se baseia na auditoria de 60 dias realizada pelo governo, que não teria apontado irregularidades no caso. Para evitar a reincorporação dele, a Comissão de Sindicância da Fazenda pediu mais 60 dias de prazo para a investigação.

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TIROTEIO

* Do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) sobre a absolvição de Romeu Queiroz (PTB-MG) pelo plenário da Câmara:

– Acabamos de aprovar a convocação do Congresso para que o Conselho de Ética trabalhe e depois o plenário o desmoralize. É a pizza remunerada.