Campanha de Lula para presidente em 2006 teria recebido dinheiro de caixa dois.| Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

A Operação Resta Um, deflagrada nesta terça-feira (2) pela força-tarefa da Lava Jato, apura como o dinheiro desviado da Petrobras abasteceu a campanha de reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006. O consórcio Quip, liderado pela Queiroz Galvão, teria repassado R$ 2,4 milhões ao caixa dois da campanha petista, de acordo com delatores.

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“Temos elementos que mostram o pagamento de propina através de doação oficial e de repasses de caixa dois à campanha de reeleição do ex-presidente Lula em 2006”, afirmou o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima.

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Os pagamentos à campanha petista foram revelados pelo ex-presidente da UTC e delator, Ricardo Pessoa. Em depoimento à Polícia Federal, o empreiteiro afirmou que as construtoras Queiroz Galvão, IESA e Camargo Corrêa tomaram conhecimento e aceitaram pagar o caixa dois.

Segundo o empreiteiro, o pedido de doação “não oficial” partiu do então tesoureiro da campanha petista José de Filippi Junior, ex-secretário de Saúde do município de São Paulo, para a empreiteira Queiroz Galvão, então líder do consórcio Quip. A solicitação, então, foi discutida em uma reunião com representantes das quatro empresas, incluindo Ricardo Pessoa representando a UTC.

“O atendimento da solicitação (de dinheiro vivo para a campanha de Lula) foi aprovado pelo conselho da QUIP, em uma reunião entre o declarante (UTC), Ildefonso Colares (então presidente da Queiroz Galvão), Valdir Carreiro (executivo da Iesa) e Camerato (executivo da Camargo Corrêa)”, relatou o dono da UTC aos investigadores.

A Lava Jato prendeu neste terça-feira o ex-presidente da Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho e ex-diretor da construtora Othon Zanoide de Moraes Filho. As equipes cumprem 32 ordens judiciais, sendo 23 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 6 de condução coercitiva.

Os mandados são cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais. Ainda há um mandado de prisão temporária contra Marcos Pereira Reis. Ele está no exterior, segundo a PF. São investigados na ação contratos do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), da Refinaria Abreu Lima, da Refinaria Vale do Paraíba, da Refinaria Landulpho Alves e da Refinaria Duque de Caxias.

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