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Movimentação de policiais federais  na sede da PF em São Paulo, um dos estados onde são cumpridos mandados da 26.ª fase da Lava Jato. | MARCOS BEZERRA/ESTADÃO CONTEÚDO
Movimentação de policiais federais na sede da PF em São Paulo, um dos estados onde são cumpridos mandados da 26.ª fase da Lava Jato.| Foto: MARCOS BEZERRA/ESTADÃO CONTEÚDO

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (22) a Operação Xepa, 26.ª fase da Lava Jato. Essa etapa é um desdobramento da Operação Acarajé, a 23.ª etapa, que teve como alvos a empreiteira Odebrecht e o publicitário João Santana, ex-marqueteiro das campanhas eleitorais da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de sua esposa, Mônica Moura. A nova fase da Lava Jato investiga a estrutura interna da Odebrecht para pagamento de propina – que teria operado até o fim do ano passado. Diretores da construtora estão entre as pessoas presas preventivamente nesta etapa da investigação. A empresa, segundo a investigação, teria um “departamento” apenas para fazer os “pagamentos paralelos”.

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Mesmo após a prisão pela Lava Jato do presidente da empreiteira, Marcelo Bahia Odebrecht, em junho do ano passado, os investigadores descobriram indícios de que os pagamentos de propina do grupo empresarial ocorreram até novembro de 2015. “Apurou-se que as tratativas acerca dos pagamentos de vantagens indevidas se estenderam até, pelo menos, novembro de 2015, conforme comprovado por troca de e-mails entre os investigados”, informa a força-tarefa da Lava Jato.

Os pagamento se davam, segundo as evidências surgidas após a Operação Acarajé, deflagrada em 22 de fevereiro, por meio de uma estrutura do Grupo Odebrecht “profissionalmente organizada” chamado “setor de operações estruturadas”.

Marcelo Odebrecht foi preso em junho, mas sua empresa teria pago propina até novembro.

“Este setor tinha dentre suas missões viabilizar, mediante ‘pagamentos paralelos’, atividades ilícitas realizadas em favor da empresa. Para operacionalizar o esquema ilícito, foi instalado dentro do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht um sistema informatizado próprio, utilizado para armazenar os dados referentes ao processamento de pagamentos ilícitos e para permitir a comunicação reservada entre os executivos e funcionários envolvidos nas tarefas ilícitas.”

“Dentre as razões que embasaram as prisões preventivas estão as novas evidências de pagamentos de propinas vultosas, disseminadas e sistematizadas como modelo de negócio, até data recente, mesmo após a 14ª fase da Lava Jato, a qual focou sobre a atividade ilícita da Odebrecht”, informa o MPF. “Os indicativos de obstrução à investigação, com a destruição de arquivos e informações; bem como as provas de mudança para o exterior, por conta da empresa e após a deflagração da Lava Jato, dos funcionários responsáveis pela estruturação dos pagamentos ilícitos.”

“A partir das planilhas obtidas e das anotações contidas no celular de Marcelo Odebrecht, obtiveram-se mais evidências contundentes de que este, então Presidente da Organização Odebrecht, não apenas tinha conhecimento e anuía com os pagamentos ilícitos, mas também comandava diretamente o pagamento de algumas vantagens indevidas, como, por exemplo, as vantagens indevidas repassadas aos publicitários e também investigados Monica Moura e João Santana”, informa o MPF.

Há indícios ainda de que a construtora “se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para a disponibilização de tais recursos”, diz a PF. As sedes da empreiteira Odebrecht na Bahia, no Distrito Federal e em São Paulo são alvos de buscas.

Megaoperação

A 26.ª fase da Lava Jato cumpre 11 mandados de prisão temporária, 4 de prisão preventiva, 28 de condução coercitiva (quando o investigado é obrigado a depor) e 67 de busca e apreensão. A ação, que envolve 380 policiais federais, é realizada nos estados de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Piauí, além do Distrito Federal.

Os alvos de condução coercitiva prestarão depoimentos nas cidades em que estão. Os suspeitos presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Os investigados são suspeitos de terem praticado s crimes de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e evasão de divisas.

Portugal

Os mandados estão sendo cumpridos um dia depois da Operação Polimento, 25ª etapa da Lava Jato, deflagrada em Portugal. A fase internacional pegou o empresário Raul Schmidt Felipe Junior, que estava foragido desde julho de 2015.

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