O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que a Operação Lava Jato está investigando o triplex da construtora OAS que estaria reservado à família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em prédio no Guarujá, litoral de São Paulo. Os investigadores suspeitam que os imóveis do condomínio Solaris foram usados para lavar dinheiro desviado de contratos da Petrobras de pessoas ligadas ao PT, entre elas familiares do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
“Nós investigamos fatos. Se houver um apartamento lá que esteja em seu nome [do ex-presidente Lula] ou que ele tenha negociado, vai ser investigado como todos os outros”, afirmou Lima.
Defesa
De acordo com o Instituto Lula, o ex-presidente e sua mulher, Marisa, “jamais ocultaram que esta possui cota de um empreendimento em Guarujá, adquirida da extinta Bancoop e que foi declarada à Receita Federal”.
O imóvel é alvo de outra investigação no Ministério Público Estadual de São Paulo que apura a legalidade da transferência de empreendimentos da cooperativa Bancoop à OAS. A Lava Jato suspeita que a construtora usou apartamentos do prédio, localizado na praia de Astúrias para lavar dinheiro. A força tarefa fez buscas e apreensões na sede da OAS e da Bancoop atrás de documentos relativos ao prédio. “Houve interesse especial para concluir estes apartamentos”, afirmou Lima.
Entre os imóveis investigados, disse o procurador, estão alguns que podem estar relacionados a familiares do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, como sua mulher, Giselda, e a cunhada, Marice.
“A investigação tem um pé na busca de patrimônio [oculto]. Entendemos que todos os apartamentos devam ser investigados. Não estamos focando somente no apartamento da Neuci [Warken] ou eventualmente alguns envolvendo familiares de Vaccari. Neuci Warken, que consta como proprietária do tríplex 163 B no Condomínio Solaris, foi presa na manhã desta quarta. A informação foi confirmada pelo delegado Igor Romário, da Polícia Federal. “Todo o empreendimento está sob investigação”, afirmou
Durante entrevista coletiva na sede da Polícia Federal, o procurador respondeu a uma pergunta se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja família teria poder de compra de um tríplex no condomínio no litoral paulista, seria também alvo da investigação.
“Investigamos fatos. Se houver apartamento lá que esteja em seu [de Lula] nome ou negociado com alguém da sua família, como todos os outros [será investigado]. Temos indicativos do uso desses apartamentos para lavagem de dinheiro”, afirmou.
Carlos Lima anotou que “nesse momento” a apuração aponta para imóveis que seriam de propriedade de familiares de Vaccari.
“O empreendimento originariamente era da Bancoop (Cooperativa dos Bancários de São Paulo) e foi assumido pela OAS. Temos indicativos que todos os apartamentos, ou boa parte deles, podem ter sido usados para lavagem de dinheiro oriundo de contratos com estatais. Estamos analisando e aprofundando a investigação”, explicou.
O procurador respondeu a uma outra indagação sobre Lula ter declarado à Justiça eleitoral na campanha de 2006, quando reelegeu-se presidente, que sua família possuía um imóvel no condomínio do Guarujá, no valor de R$ 47 mil. “Existe até notícia de jornal que a família do ex-presidente estaria desistindo de exercer o poder de comprar esse imóvel. Estamos analisando essa questão mais a fundo. Temos indícios de que um tríplex lá (no Solaris) vale R$ 1 milhão ou R$ 1,5 milhão, valor bastante significativo”, disse Carlos Lima.
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O jornal O Globo mostrou que o ex-presidente Lula adquiriu em 2005 com sua mulher, Marisa Letícia, uma cota de participação da Bancoop. O Solaris é um conjunto de 122 apartamentos, os menores com 82,5 metros quadrados e os maiores são as coberturas triplex com 216 metros quadrados.
Todos foram comercializados entre 2006 e 2010 e a média de preço das unidades era de R$ 750 mil, mas as coberturas valem pelo menos o dobro disso. O prédio de acabamento simples, com fachada em azulejos quadrados em branco e marrom fica na rua à beira mar da praia de Astúrias, no Guarujá.
A OAS foi contratada em 2010 para terminar as obras do prédio iniciadas anos antes pela Bancoop, que a aquela altura já havia deixado de entregar cerca de 3100 apartamentos.
Na manhã desta quarta-feira (27), a Polícia Federal deflagrou a 22.ª etapa da Operação Lava Jato, chamada de Triplo X. Estão sendo cumpridos 23 mandados judiciais: seis de prisão temporária (com cinco dias de validade), 15 de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. Até o momento, três pessoas foram presas e duas prestam depoimento na PF de São Paulo. Os mandados aconteceram na manhã desta quarta-feira nas cidades de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e em Joaçaba (Santa Catarina).
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