Palácio do Planalto demonstra preocupação com a situação do ex-presidente Lula dentro da Lava Jato.| Foto: Lula Marques/ Agência PT

O Palácio do Planalto avalia que a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai nesta terça-feira (24) abre uma nova vertente de investigação na Operação Lava Jato , com foco no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e desdobramentos políticos sensíveis para o governo Dilma Rousseff.

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Bumlai é amigo de Lula e tornou-se alvo da Lava Jato depois que dois delatores relataram que ele teria repassado recursos para uma nora do ex-presidente e ajudado a quitar dívidas do PT, o que o pecuarista nega ter feito. Além disso, Bumlai é descrito pelo delator Fernando Soares, o Baiano, como uma espécie de lobista na Sete Brasil, empresa que administra o aluguel de sondas para a Petrobras no pré-sal.

Segundo a reportagem apurou, o núcleo mais próximo a Dilma avalia que o fechamento do cerco a Lula na Lava Jato tem o objetivo de desmoralizá-lo e enfraquecer sua capacidade de mobilização social.

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Os auxiliares da presidente reconhecem que, num eventual cenário de abertura de processo de impeachment contra Dilma, o ex-presidente “é o único” capaz de mobilizar a militância petista e os movimentos sociais para defender o mandato da sucessora. Caso Lula esteja enfraquecido e desgastado pelas suspeitas de corrupção, por exemplo, o governo Dilma poderia ficar inviabilizado. O ex-presidente, por sua vez, nega que tenha atuado como intermediário de empresas ou autorizado lobby em seu nome.

Dois filhos de Bumlai também são alvo de nova fase da Lava Jato

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Pouco depois da prisão de Bumlai, na manhã desta terça (24), ministros petistas já discutiam que, se a investigação chegar de vez ao ex-presidente, o resultado prático não será apenas prejuízos ao governo Dilma, mas também significará a derrocada do PT e do projeto político do partido.

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Lula x Dilma

Da última vez que se encontraram pessoalmente, há quase vinte dias no Palácio da Alvorada, o ex-presidente e Dilma conversaram sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato.

Lula tentou não demonstrar preocupação e disse que os problemas do governo da sucessora têm origem na crise econômica e no que ele avalia ser a má condução da política pela equipe comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Dilma, porém, insistiu que o grande celeuma de sua administração é a Operação Lava Jato, que desgastou a imagem do PT e, consequentemente a sua e de seu governo, além de ter prejudicado a Petrobras, a principal empresa pública, considerada a menina dos olhos da presidente.

Lula saiu do encontro bastante irritado com o que chamou de “teimosia” da presidente.