Deflagrada em 10 de setembro do ano passado pela Polícia Federal a Operação Mãos Limpas continua tendo desdobramentos no Amapá. Nesta segunda-feira os alvos foram as superintendências federais da Agricultura e da Aquicultura e Pesca no estado. Foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva, três mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão, nos dois órgãos, empresas e casas de servidores públicos. Os mandados foram expedidos pelo juiz federal Anselmo Gonçalves da Silva.

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Entre os presos estão empresários e servidores públicos. Alguns deles já foram presos em outras operações e em outras fases da "Mãos Limpas", como o titular da Superintendência Federal da Agricultura, Ruy Santos Carvalho. No ano passado a PF apontou que ele praticava "ilícitos extravagantes no desvio de recursos da União", como superfaturamento na contratação de empresas de prestação de serviços.

Como desdobramento da Operação Mãos Limpas, depois que os peritos da PF analisaram documentos de órgãos públicos, o ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou que novas investigações fossem feitas. Nessas investigações a PF contou com o apoio dos auditores e técnicos da Controladoria Geral da União (CGU).

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O trabalho realizado pela CGU mostrou uma série de irregularidades nos dois órgãos, principalmente no que se refere a processo licitatório. O relatório aponta fraudes nas licitações para aquisição de materiais de expediente e de limpeza. As licitações, na maioria das vezes, eram dirigidas. As empresas "vencedoras" recebiam a totalidade do valor, mas entregavam apenas uma pequena parte do material. Ainda não se sabe qual o montante do rombo.Mãos Limpas

Na primeira fase da Operação Mãos Limpas, em setembro de 2010, entre os presos estavam o então governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PPS), e o ex, Waldez Góes (PDT). Na ocasião, Dias passou oito dias na Superintendência da PF em Brasília.